Curitibano de 53 anos, eliminado do reality show nesta
terça-feira, se defendeu da acusação e revelou triângulo amoroso com jovens de
19 e 17
O
agora ex-BBB Laércio, eliminado do programa nesta terça-feira,
participou do Mais Você na
manhã desta quarta e se defendeu das acusações de pedofilia feitas por Ana
Paula durante o confinamento - e das redes sociais, fora da casa. Sem esconder
o posicionamento, a atração matinal, comandada por Cissa Guimarães e André
Marques, se mostrou do lado do curitibano e ainda levou uma advogada para
afirmar que "pedofilia em si não é crime".
"A injustiça foi ela dizer que eu namoro menina
de 16 anos. Não me conhece. Quando eu falei que namoro meninas de 16 anos? Ela
mentiu", disse o designer de tatuagens aos apresentadores. O curitibano de
53 anos, no entanto, assumiu ter se relacionado com jovens, afirmando que
manteve um triângulo amoroso com duas meninas: uma de 19 e outra menor de
idade, de 17. "Era um triângulo amoroso. Não era minha namorada, era um
lance. Essa menina de 19 era bissexual e namorava uma menina de 17 anos que era
lésbica. Mas a de 19 começou a ficar comigo e a de 17 se sentiu excluída e
queria andar com a gente, não queria ficar de lado", contou ele, antes de
ser interrompido por André Marques, que pediu para ele "não falar mais
detalhes".
O
depoimento da advogada Silvana Góes, que afirmou que "pedofilia em si não
é crime", mas "uma condição de uma pessoa que se sente atraída
sexualmente por crianças e adolescentes". "Para o direito isso só se
transforma em crime quando essa pessoa pratica atos sexuais com crianças
menores de 14 anos. Não é crime ter relacionamento sexual com pessoas de mais
de 14 anos desde que esse relacionamento seja da vontade de ambos", disse.
"Então ficou bem claro, né?", disse Laércio. "Hoje em dia, as
pessoas dessa faixa de idade têm muita informação. Elas sabem o que é certo e o
que é errado".
Os comentários de Laércio e, principalmente, dos
apresentadores, que tentaram ajudar a defender o ex-BBB das acusações,
repercutiram de forma negativa nas redes sociais. Cissa chegou a dizer que
também tem "muitos amigos de 17 anos", enquanto André Marques se
despediu do curitibano pedindo que ele "cuidasse de suas
namoradinhas". "O que é esse Mais Você hoje?
Esses dois estão defendendo o Laércio mesmo? Volta Ana Maria. Por favor",
escreveu uma pessoa no Twitter, que também foi tomado por outras mensagens como
"Saudades da Ana Maria Braga apresentando o programa dela. Duvido que a
entrevista com o Laércio ia ser tão protecionista assim. Ridículo!" e
"Eu não estou acreditando no que ouvi agora".
Especialista - Ao site de VEJA, o professor de direito na FGV do Rio
de Janeiro Gustavo Kloh confirma que, segundo o Código Penal, o ato sexual com
pessoas com mais de 14 anos, em princípio, não é crime, mas dependendo das
circunstâncias pode ter um desdobramento criminoso, por exemplo, com a
publicação de fotos pornográficas em redes sociais. "Na verdade podem
existir crimes graves, como o de atentado violento ao pudor ou estupro, se existir
ato sexual com menor de 14 anos. Kloh afirma que o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) tem por princípio a proteção ao adolescente até 18 anos e,
eventualmente, até os 21. "O problema é que vivemos no Brasil. A
sensualização precoce faz parte da cultura das 'novinhas'. Você liga a TV e vê
nas novelas que o adolescente não é respeitado."
Segundo Kloh, Laércio pode ser denunciado por apologia
ao ato criminoso, ou seja, incentivar de forma indireta a pratica de um crime,
no caso, o relacionamento com menores. A pena é de até 3 a 6 meses de detenção.
Oswaldo Martins Rodrigues Jr., diretor do Instituto
Paulista de Sexualidade (Inpasex) e autor do livroParafilias
- Das Perversões às Variações Sexuais (Zagodoni
Editora), também explica que a pedofilia é o nome que se dá ao desejo
específico e direcionado a menores de 14 anos de idade e é considerada um
transtorno psiquiátrico. "A pedofilia só é crime quando concretizada e, de
acordo com estudos, a maioria dos pedófilos não chega às vias de fato, ou seja,
não consuma o ato. Porém, pode ter comportamentos de abuso nem sempre notados
socialmente como tal. Alguns evoluem os comportamentos até que cometem o
crime."
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