O Rio Grande do Norte
terá que devolver, até abril de 2016, R$ 192,4 milhões à União pelas
complementações recebidas para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e Valorização do Magistério (Fundeb). A portaria
interministerial nº 8/2015, publicada no dia 5 de novembro, retirou o estado
potiguar da lista de unidades federativas que recebem aporte do Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação para complementação do investimento per capita
por aluno. De acordo com a lei do Fundeb, o aporte não é concedido a estados
que tiverem o valor per capita aluno superior à média nacional. Segundo a
Secretaria do Tesouro Nacional, o Estado arrecadou quase R$ 2 bilhões em 2014,
R$ 300 milhões a mais que o previsto, e por isso não precisaria receber a
complementação.
O Executivo estadual contesta o aumento e estuda judicializar a
questão. Municípios já anunciam uma “quebradeira geral” nas contas caso a
medida se concretize. As contas começaram a complicar desde outubro passando,
quando o repasse da complementação foi suspenso. Em Ipanguaçu, a 184
quilômetros da capital potiguar, o pagamento dos professores terceirizados é
realizado somente no dia 10 do mês posterior. Com a aproximação de janeiro, mês
em que as unidades da federação serão obrigadas a implantar o reajuste de
11,36% do piso salarial do professor, alguns gestores não sabem se vão cumprir
o pagamento. Criado em 2007, o Fundeb reúne 20% das receitas municipais e
estaduais – sejam próprias ou de transferências constitucionais – para aplicações
na educação. A arrecadação total dividida pela quantidade de alunos na rede
estabelece o custo per capita de cada aluno. Pela lei nº 11.494, os estados que
não atingirem a per capita nacional, que em 2015 foi de R$ 2,4 mil, receberão
uma complementação de recursos da União. Até outubro, o RN fazia parte dos nove
estados a receberam o benefício.
Para os gestores, a complementação representou fôlego em um ano de frustração
das receitas do Fundo de Participação dos Municípios e royalties. De acordo com
o prefeito de Campo Grande, Alessandru Alves, a devolução de recursos pode
zerar a conta de vários municípios.
“É uma catástrofe geral. Em Santa do Seridó, o que a prefeitura receberá em
abril de Fundeb não vai cobrir nem o que ele tem para devolver. Além disso, já
saiu que o FPM só vai subir 3% no ano que vem, com salário mínimo reajustado em
10% e piso dos professores em 11%, como vamos fechar a conta?”, questionou.
Embora o recurso também deva ser destinado para investimento, municípios como
Caraúbas, Bodó e Natal utilizam100% dos recursos apenas para a folha. Dos R$
19,5 milhões mensais recebido pelo estado, R$ 7,5 milhões ficavam com o Governo
do Estado e o restante era repartido pelos municípios, de acordo com o número
de alunos.
Uma comitiva de prefeitos, acompanhado por senadores e deputados da bancada
potiguar foram à Brasília na última quinta-feira (17) tentando reverter a
decisão. Nesta terça-feira (22), os secretários de Tributação e Planejamento do
estado, bem como o vice-governador Fábio Dantas, vão ao FNDE apresentar
balanços sobre a arrecadação do Fundeb em 2014 que, segundo o Estado, foi
realizada em R$ 1,2 bilhão.
deb não vai cobrir nem o que ele tem para
devolver. Além disso, já saiu que o FPM só vai subir 3% no ano que vem, com
salário mínimo reajustado em 10% e piso dos professores em 11%, como vamos
fechar a conta?”, questionou. Embora o recurso também deva ser destinado para
investimento, municípios como Caraúbas, Bodó e Natal utilizam100% dos recursos
apenas para a folha. Dos R$ 19,5 milhões mensais recebido pelo estado, R$ 7,5
milhões ficavam com o Governo do Estado e o restante era repartido pelos
municípios, de acordo com o número de alunos.
Uma comitiva de prefeitos, acompanhado por
senadores e deputados da bancada potiguar foram à Brasília na última
quinta-feira (17) tentando reverter a decisão. Nesta terça-feira (22), os
secretários de Tributação e Planejamento do estado, bem como o vice-governador
Fábio Dantas, vão ao FNDE apresentar balanços sobre a arrecadação do Fundeb em
2014 que, segundo o Estado, foi realizada em R$ 1,2 bilhão.
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