Depois que deixou de
ser abastecida pelo açude Coremas, a cidade de Piancó-PB vive
uma das piores crises hídricas da sua história. Com 266 anos de
emancipação política e 16 mil habitantes, ele não tem um manancial
próprio e nos longos períodos de seca depende de carros-pipa e caixas
d’água do governo para amenizar a situação. Mas essa ajuda é considerada
irregular e escassa, e por isso as pessoas apelam para outras
alternativas, ainda que custem dinheiro. Surgem então os vendedores e
transportadores de água. São pessoas que possuem transporte particular e levam
água para vender ou entregar de porta em porta. Os moradores pagam cerca de 10
reais para que a "moto-água" leve o líquido até as suas residências.
Um dos motoqueiros que presta esse serviço explica que ele não cobra pela água,
mas sim pelo transporte, que é feito de reservatórios localizados em outros
municípios até a cidade de Piancó.
Carros e carroças
também são usados para levar o líquido até as residências. Assim, os
proprietários dos veículos fazem dessa atividade a mais nova fonte de renda da
cidade para quem tem um meio de transporte. Já para quem não tem condições
de pagar pelo transporte da água, o jeito é enfrentar longas filas para levar
na cabeça pelo menos um balde que é preenchido de uma única caixa d’água que
fica no bairro que tem o sugestivo nome de Bairro Caixa D’água.
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