Fonte: brasil 247
De forma unânime, os governadores do Nordeste contestaram a
tese de impeachment lançada por Eduardo Cunha, réu por corrupção e lavagem de
dinheiro, com apoio do tucano Aécio Neves, derrotado nas últimas eleições; em
nota, os governadores Rui Costa (PT–BA), Ricardo Coutinho
(PSB–PB), Flávio Dino (PCdoB–MA), Paulo Câmara (PSB–PE), Robinson
Farias (PSD–RN), Camilo Santana (PT–CE), Wellington Dias (PT–PI), Jackson
Barreto (PMDB–SE) e Renan Filho (PMDB–AL) manifestam repúdio ao que chamam de
"absurda tentativa de jogar a Nação em tumultos derivados de um indesejado
retrocesso institucional"
247 – Todos os governadores do Nordeste
reagiram nesta quinta-feira 3, por meio de nota, contra a tese de impeachment
lançada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com apoio do
presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG).
Nesta
quarta-feira, horas depois de a bancada do PT na Câmara anunciar que votaria
contra Cunha no Conselho de Ética, onde o deputado responde por quebra de
decoro parlamentar, o presidente da Casa informou que aceitava o pedido de
impeachment da presidente Dilma Rousseff, apresentado por juristas e abraçado
pela oposição.
Cunha é alvo de
inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção e lavagem de
dinheiro. O presidente da Câmara é acusado de ter recebido propina no esquema
de corrupção da Petrobras investigado pela Operação Lava Jato e de ter contas
secretas na Suíça, onde teria guardado dinheiro de propina.
No texto, os
governadores Robinson Farias (PSD–RN), Flavio Dino (PCdoB–MA), Ricardo Coutinho
(PSB–PB), Camilo Santana (PT–CE), Rui Costa (PT–BA), Paulo Câmara (PSB–PE),
Wellington Dias (PT–PI), Jackson Barreto (PMDB–SE) e Renan Filho (PMDB–AL)
manifestam repúdio ao que chamam de "absurda tentativa de jogar a Nação em
tumultos derivados de um indesejado retrocesso institucional".
A nota lembra
que para haver processo de impeachment, o presidente da República precisa ter
cometido crime de responsabilidade, o que não é o caso. "Na verdade, a
decisão de abrir o tal processo de impeachment decorreu de propósitos puramente
pessoais, em claro e evidente desvio de finalidade", argumentam.
Os governadores
dizem ainda estar "mobilizados para que a serenidade e o bom senso
prevaleçam." "Em vez de golpismos, o Brasil precisa de união, diálogo
e de decisões capazes de retomar o crescimento econômico, com distribuição de
renda", defendem.
Em entrevista
para comentar a nota, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), condenou a postura
"chantagista" de Cunha. “É inaceitável que um dirigente de um
poder, sem moral para manter-se à frente da Câmara Federal por ser flagrado em
desvios, possa estar à frente de um impedimento de uma presidente sem respaldo
legal”, afirmou.
Leia a íntegra:
"Diante da decisão do
Presidente da Câmara dos Deputados de abrir processo de impeachment contra a
Exma Presidenta da República, Dilma Roussef, os Governadores do Nordeste
manifestam seu repúdio a essa absurda tentativa de jogar a Nação em tumultos derivados
de um indesejado retrocesso institucional. Gerações lutaram para que tivéssemos
plena democracia política, com eleições livres e periódicas, que devem ser
respeitadas. O processo de impeachment, por sua excepcionalidade, depende da
caracterização de crime de responsabilidade tipificado na Constituição,
praticado dolosamente pelo Presidente da República. Isso inexiste no atual
momento brasileiro. Na verdade, a decisão de abrir o tal processo de
impeachment decorreu de propósitos puramente pessoais, em claro e evidente
desvio de finalidade. Diante desse panorama, os Governadores do Nordeste
anunciam sua posição contrária ao impeachment nos termos apresentados, e
estarão mobilizados para que a serenidade e o bom senso prevaleçam. Em vez de
golpismos, o Brasil precisa de união, diálogo e de decisões capazes de retomar
o crescimento econômico, com distribuição de renda."
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