terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Gasto total com a COP-21, em Paris, chegou a R$ 1,5 milhão

O Contas Abertas finalizou o levantamento sobre os custos do governo federal com a Conferência da ONU sobre a Mudança do Clima (COP-21). Mesmo em meio à crise que se instalou no governo com o corte de diversas despesas, os gastos com a viagem presidencial, comitiva e a preparação para a Conferência atingiram quase R$ 1,5 milhão.
Dilma em Paris

O levantamento do Contas Abertas foi realizado no Siga Brasil, no dia 22 de dezembro de 2015. A maior parcela dos gastos é referente à hospedagem da delegação oficial e técnica, “no contexto da visita presidencial, no âmbito da COP-21 para o período de 23 de novembro a 1° de dezembro de 2015”. Ao todo, R$ 945,3 mil foram desembolsados para essa despesa, ou seja, R$ 105 mil por dia. A presidente Dilma ficou hospedada no luxuoso hotel Bristol, em uma das áreas mais nobres da capital francesa. A prática do governo brasileiro é alojar no hotel da presidente somente a comitiva oficial e aqueles funcionários que devem ficar à disposição imediata de Dilma. Já a comitiva técnica fica alojada em hotéis próximos e mais baratos.
Apesar dos valores serem empenhados para uma semana, Dilma chegou no dia 28 de novembro em Paris e retornou ao Brasil na segunda-feira, 30 de novembro, depois de participar pela manhã da sessão de Abertura da 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. Outros R$ 388 mil foram empenhados para o aluguel de veículos para uso da delegação oficial e técnica durante visita presidencial no âmbito da COP 21 no período de 23 de novembro a 1° de dezembro de 2015. Nos gastos também estão incluídos R$ 37,8 mil para aluguel de sala para montagem de escritório de apoio ao escalão avançado. O valor também se refere à visita presidência da COP 21 no período de 23 de novembro a 1° de dezembro de 2015. O aluguel de sala de apoio somou gastos de R$ 150,1 mil. A missão do escalão avançado é cuidar de todos os aspectos operacionais da visita, tais como: programação oficial, segurança, saúde, questões protocolares, cobertura de imprensa, credenciamento da delegação e da imprensa, transporte, desembarcarão migratório e alfandegário da delegação e sua bagagem, assim como a montagem do sistema de comunicações seguras da comitiva oficial; entre diversas outras atividades. O restante dos gastos está dividido entre a aquisição de papel A4 de 80 gramas para impressão para escritório de apoio, material descartável de cozinha e alimentos para eventos e coffee breaks previstos na agenda do Ministério do Meio Ambiente, por ocasião da COP 21. Além do Ministério das Relações Exteriores, que pagou os gastos acima citados, o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento também desembolsaram recursos. O primeiro desembolsou R$ 157,00 em reembolso de valor de diárias a empregado para participar de reunião sobre o acordo da COP 21. O segundo pagou R$ 4,2 mil em evento “Rumo a COP 21”. O Ministério de Relações Exteriores (MRE) não comenta a logística de viagens presidenciais. Os dados foram classificados e protegidos pelo governo federal depois que foi aprovada a Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/2011), criada justamente para abrir informações públicas à sociedade. No entanto, informou que a embaixada brasileira em Paris não pode comportar o número de pessoas envolvido numa visita Presidencial. Valor pode ser maior O montante desembolsado pode ser ainda maior. Isso porque mais R$ 400 mil já foram empenhados, mas não foram pagos em gastos da COP 21. Esses recursos incluem despesas de cerimonial da presidente da República durante a Conferência, aluguel de celulares, aluguel de trituradoras e aluguel de veículos. Com isso, os valores chegariam a R$ 1,9 milhão. 

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