Estando bom para ambas
as partes..." O bordão criado nos anos 90 para um quadro de defesa do
consumidor de um programa de TV ele repete até hoje. De lá para cá, no entanto,
muita coisa mudou na vida de Celso Russomanno. Ex-office boy, ex-colunista
social e apresentador de TV, ele entrou para a política, elegeu-se deputado
federal pelo PSDB, candidatou-se a prefeito de Santo André pelo PPB, a
governador de São Paulo pelo PP e, em 2012, a prefeito da cidade pelo PRB.
O Moralista do PROCON,
que ‘defende’ cidadão, o deputado Celso Russomanno flagrado pela 3º vez
pagando empregados com dinheiro do contribuinte.
Russomanno na ocasião
chegou a ocupar o primeiro lugar na disputa (terminou em terceiro, fora do
segundo turno). Agora, tentará a sorte novamente como candidato à
prefeitura de São Paulo, e, desta vez, larga como favorito, com 34% das
intenções de voto, segundo o instituto Datafolha. A vida de Russomanno deu
muitas voltas, mas certas práticas do deputado permaneceram imutáveis.
Na semana passada, uma
reportagem do jornal Folha de S.Paulo revelou que ele mantém ao menos cinco
servidores públicos, remunerados com verba parlamentar, como funcionários
da entidade que preside em São Paulo, o Instituto Nacional de Defesa do
Consumidor (Inadec). Não é a primeira vez que o deputado recorre à prática de
usar dinheiro do contribuinte para pagar seus empregados. Nem a segunda.
De 1997 a 2001, quando
era deputado federal, Russomanno designou a assessora de gabinete Sandra de
Jesus para dar expediente em sua produtora, a Night and Day. Pela prática, foi
condenado por peculato pela Justiça Federal em fevereiro do ano passado.
Recorreu da decisão.
Em 2010, o deputado
incluiu Fabiane Brejan no quadro de funcionários de seu gabinete na Câmara. Na
prática, porém, Fabiane atuava como coordenadora de sua campanha ao
governo de São Paulo. Ela entrou com uma ação trabalhista contra o ex-patrão e
ainda o acusou de assédio moral. Em 2012, as partes firmaram um acordo pelo
qual Russomanno aceitou pagar 205 000 reais à ex-funcionária.
Pego agora em seu
terceiro flagrante, Russomanno se diz injustiçado. “De irregular, não estou
fazendo absolutamente nada”, afirma. Sua versão é que seu escritório político
(a que os deputados têm direito) e o Inadec funcionam no mesmo endereço, mas os
servidores não trabalham no instituto. A afirmação é posta em xeque por uma
atendente que dá expediente na entidade, Márcia Renata de Mattos. Ela recebe
5 095 reais mensais como funcionária de gabinete do deputado e pode ser vista
no local orientando compradores lesados em busca de ajuda. Como paladino dos
consumidores, Russomanno está se saindo um ótimo lesa-contribuinte. Mas se está
bom para ele…
(Via Veja e agências)
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