Terminal recebeu obra milionária de ampliação. Mas com movimento reduzido de navios, espaço vem sendo alugado para festas particulares.
O Porto do Mucuripe, em Fortaleza, recebeu uma obra
milionária de ampliação. Só que navio é o que não aparece por lá. Um terraço com vista privilegiada para o mar é um espaço
novo para festas particulares em Fortaleza. Já foram 15 este ano e outras 15 já
estão agendadas até o ano que vem. O problema é que nesse espaço era para ser
um terminal de passageiros, parte do projeto de ampliação do Porto do Mucuripe,
em Fortaleza. A obra custou R$ 224 milhões do governo federal.
O terminal foi feito para ficar pronto a tempo da Copa
do Mundo. Até chegou a ser usado durante a competição. Ele tem capacidade para
receber dois ou mais navios de passageiros no mesmo dia, mas só quatro
atracaram durante este ano.
O último foi em março. Desde então, as cadeiras, escadas
rolantes e equipamentos, como um scanner, estão sem uso. Os postos da Polícia e
da Receita Federal ficam vazios. Cheios mesmo os corredores só ficam em dia de
festa. O aluguel de cada andar custa, em média, R$ 16 mil. O dinheiro vai todo
para a estatal que administra o porto.
O diretor de Infraestrutura e Gestão da Companhia Docas,
Mário Jorge Cavalcante, diz que o terminal foi projetado quando a demanda de
navios era bem maior.
"Quando nós fizemos o estudo, a quantidade de
navios de passageiros estava crescente, a economia estava crescente, não se
pode dizer que ela esteja ociosa: de outubro a março a gente recebe os passageiros
dos navios e no outro período do ano, nos outros seis meses do ano, a gente faz
eventos, eventos corporativos, eventos sociais", explica.
A área de cargas também passou por obras. Os contêineres
receberam um pátio mais amplo. Só que neste novo espaço os navios não conseguem
atracar porque é preciso aumentar a profundidade do mar. A obra depende de uma
licitação que nem foi feita. O Ministério Público Federal está investigando a
nova função que o terminal de passageiros ganhou.
"Alugar o espaço para eventos altera a finalidade
do equipamento público, ele foi construído, foi dimensionado e foi orçado,
dinheiro público foi aplicado para atender a finalidade de terminal portuário,
e não como centro de eventos de festas privadas", afirma o procurador da
República Alessander Sales.
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