segunda-feira, 12 de outubro de 2015

ELEFANTE BRANCO - ÁREA OCIOSA DO PORTO DO MUCURIPE, EM FORTALEZA, VIRA SALÃO DE FESTAS

Terminal recebeu obra milionária de ampliação. Mas com movimento reduzido de navios, espaço vem sendo alugado para festas particulares.

O Porto do Mucuripe, em Fortaleza, recebeu uma obra milionária de ampliação. Só que navio é o que não aparece por lá. Um terraço com vista privilegiada para o mar é um espaço novo para festas particulares em Fortaleza. Já foram 15 este ano e outras 15 já estão agendadas até o ano que vem. O problema é que nesse espaço era para ser um terminal de passageiros, parte do projeto de ampliação do Porto do Mucuripe, em Fortaleza. A obra custou R$ 224 milhões do governo federal.

O terminal foi feito para ficar pronto a tempo da Copa do Mundo. Até chegou a ser usado durante a competição. Ele tem capacidade para receber dois ou mais navios de passageiros no mesmo dia, mas só quatro atracaram durante este ano.
O último foi em março. Desde então, as cadeiras, escadas rolantes e equipamentos, como um scanner, estão sem uso. Os postos da Polícia e da Receita Federal ficam vazios. Cheios mesmo os corredores só ficam em dia de festa. O aluguel de cada andar custa, em média, R$ 16 mil. O dinheiro vai todo para a estatal que administra o porto.

O diretor de Infraestrutura e Gestão da Companhia Docas, Mário Jorge Cavalcante, diz que o terminal foi projetado quando a demanda de navios era bem maior.
"Quando nós fizemos o estudo, a quantidade de navios de passageiros estava crescente, a economia estava crescente, não se pode dizer que ela esteja ociosa: de outubro a março a gente recebe os passageiros dos navios e no outro período do ano, nos outros seis meses do ano, a gente faz eventos, eventos corporativos, eventos sociais", explica.
A área de cargas também passou por obras. Os contêineres receberam um pátio mais amplo. Só que neste novo espaço os navios não conseguem atracar porque é preciso aumentar a profundidade do mar. A obra depende de uma licitação que nem foi feita. O Ministério Público Federal está investigando a nova função que o terminal de passageiros ganhou.
"Alugar o espaço para eventos altera a finalidade do equipamento público, ele foi construído, foi dimensionado e foi orçado, dinheiro público foi aplicado para atender a finalidade de terminal portuário, e não como centro de eventos de festas privadas", afirma o procurador da República Alessander Sales.

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