Ex-diretor financeiro, Clebson Bezerril foi um dos presos na operação Candeeiro
(Foto: Emanuel Amaral/Tribuna do Norte)
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O Ministério Público do Rio Grande do Norte ofereceu nesta sexta-feira
(11) uma denúncia contra 15 investigados na operação Candeeiro, deflagrada em 2
de setembro para investigar um esquema criminoso que supostamente desviou R$ 19
milhões do Instituto de
Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA) entre 2013 e 2014. Os
documentos foram levados até a 6ª Vara Criminal de Natal, a mesma que
determinou os mandados de prisão e busca e apreensão cumpridos durante a
operação. Os 15 investigados foram denunciados pelos crimes de peculato,
lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O dinheiro supostamente desviado do IDEMA foi usado para comprar apartamentos de luxo, construir uma academia de alto padrão e reformar a loja de uma equipadora de veículos.
Os destinos dos recursos foram identificados pelo Ministério Público do estado nos oito meses de investigações que culminaram na operação Candeeiro, deflagrada na quarta-feira em Natal, Parnamirim, Santana do Matos e Mossoró. De acordo com o promotor Paulo Batista de Lopes Neto, o esquema criminoso se utilizou de "ofícios fantasmas" para desviar R$ 19.321.726,13 do órgão entre 2013 e 2014. Os documentos eram emitidos pelo IDEMA ao Banco do Brasil solicitando transferências de recursos do órgão para pelo menos sete empresas. Nenhuma delas possuía vínculo com o instituto.
Empresas
Entre as sete empresas beneficiárias do esquema criminoso, o promotor Paulo Batista citou uma locadora de veículos de Santana do Matos. "O local não existia e ao checarmos no DETRAN (Departamento Estadual de Trânsito) não encontramos nenhum carro comprado pela empresa", relata. Todas as empresas tinham seus nomes diretamente vinculados a funcionários e ex-funcionários do IDEMA, além de terceiros que possuem relação com as pessoas lotadas no órgão.
Outra empresa era a construtora responsável pela construção de uma academia e reforma de uma equipadora de veículos localizadas na Zona Sul de Natal e pertencentes a investigados que trabalharam no setor de contabilidade. No entanto, segundo o promotor Paulo Batista, o único pagamento recebido pela construtora foi de R$ 1.200. "Sabemos que serviços daquele vulto custaram mais. Podemos afirmar que o dinheiro desviado do Idema serviu para levantar academia de alto padrão e reformar a equipadora", diz.
Para o promotor, mais empresas podem estar envolvidas no esquema criminoso. Além dos R$ 19 milhões entre 2013 e 2014, Paulo Batista acredita que mais dinheiro pode ter sido desviado antes e depois do período investigado. "Um dos investigados estava no órgão em 2012. Quanto ao período de 2015, vamos analisar novos documentos", afirma.
Fonte: G1/RN
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