Construção
de edifícios, preservação da fauna da Caatinga, descoberta de vestígios
arqueológicos e paleontológicos são algumas das contribuições da obra.
Recife-PE, 7/7/2015
- Com os objetivos de garantir a segurança hídrica em 390 municípios da
região Nordeste e de beneficiar mais de 12 milhões de pessoas no Ceará,
Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, o Projeto de Integração do Rio São
Francisco desenvolve outra missão importante: criar um legado para a comunidade
científica que se estenderá a toda a sociedade.
Edifícios com tecnologia de ponta e infraestrutura adequada, preservação e reintegração da fauna da Caatinga, descoberta de vestígios arqueológicos e paleontológicos e financiamento de pesquisas são algumas das contribuições financiadas com recursos do empreendimento hídrico, que é gerenciado pelo Ministério da Integração Nacional.
Conheça algumas das principais instalações e ações desenvolvidas pelo Projeto São Francisco.
Sede do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental
Edifícios com tecnologia de ponta e infraestrutura adequada, preservação e reintegração da fauna da Caatinga, descoberta de vestígios arqueológicos e paleontológicos e financiamento de pesquisas são algumas das contribuições financiadas com recursos do empreendimento hídrico, que é gerenciado pelo Ministério da Integração Nacional.
Conheça algumas das principais instalações e ações desenvolvidas pelo Projeto São Francisco.
Sede do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental
Inaugurada em abril, a nova sede do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) está localizada em Petrolina (PE). O edifício foi construído com recursos do projeto (investimento de R$ 1,5 milhão).
O prédio sustentável de 750 metros quadrados (foto) segue as recomendações de sustentabilidade da Controladoria-Geral da União para novas edificações do governo federal: armazena águas das chuvas, é posicionado de forma a potencializar a ventilação natural e utiliza painéis solares fotovoltaicos para transformar em eletricidade a energia do abundante sol da região.
O local tem finalidade científica. Conta com laboratórios, áreas de exposições, mini-auditório, abriga coleção botânica, gabinete e salas de trabalho para mais de 100 pesquisadores, professores, biólogos, analistas ambientais e demais profissionais.
Centro de Manejo e Monitoramento da Fauna da Caatinga (Cemafauna)
Pertencente à Univasf e localizado em Petrolina (PE), o Centro de Manejo e Monitoramento da Fauna da Caatinga (Cemafauna) possui laboratórios sofisticados com aparelhos para fazer sequenciamento de DNA, clínica veterinária completa, ultrassom e UTI, corredor de vento para aves em recuperação, serpentário e espaço para outros répteis. O local possui um Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), referência regional na recuperação de animais selvagens vítimas do tráfico e de acidentes nas estradas.
O resgate e a reintegração de animais à vida selvagem é uma das atividades de destaque do Cemafauna. Esse trabalho foi reconhecido, por exemplo, pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) no início deste ano. O livro "Velho Chico - A experiência da Fiscalização Preventiva Integrada na Bahia", organizado pelo órgão, cita o Centro como parceiro no acolhimento de bichos resgatados do tráfico e de cativeiros.
Museu da Fauna da Caatinga
Braço de educação do Cemafauna, o Museu da Fauna da Caatinga abriga rica coleção de animais do bioma. Em junho deste ano, o local passou a fazer parte do cadastro nacional do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), vinculado ao Ministério da Cultura, que tem mais de três mil instituições museológicas registradas.
A coleção do museu inclui espécies que rastejam, andam e voam pelo sertão, inclusive insetos. Os animais passaram pelo processo de taxidermia e podem ser tocados. Deficientes visuais interessados na fauna têm a oportunidade de conhecer as formas e as características de plumagem, corpo, pelos e da pele de anfíbios. Painéis sensíveis ao toque mostram diferentes trechos do Projeto São Francisco e os animais encontrados em cada local.
Cerca de sete mil pessoas já visitaram o museu, entre grupos de estudantes, turma de professores, pesquisadores e turistas que estiveram em Petrolina ou na cidade vizinha Juazeiro (BA).
Pesquisa Arqueológica
Mais de 80 mil vestígios arqueológicos e paleontológicos foram encontrados durante a execução das obras do Projeto Rio São Francisco. A descoberta mais emblemática até agora foram os ossos de uma preguiça gigante (Eremotherium sp.) associados a vestígios da cultura material do homem pré-histórico.
O trabalho faz parte do Programa de Identificação e Salvamento de Bens Arqueológicos do empreendimento e é conduzido pelo Instituto Nacional de Arqueologia, Paleontologia e Ambiente do Semiárido (Inapas).
O MI
investiu cerca de R$ 80 milhões nesse programa, que integra as condicionantes
ambientais estabelecidas dentro do projeto. Além do salvamento, a atividade tem
o objetivo de assegurar o registro do patrimônio cultural arqueológico
evidenciado durante a implantação da obra.
Os
trabalhos em campo são realizados em conjunto com a Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE), a Fundação Oswaldo Cruz e a Universidade Regional do Cariri,
que constituem o Inapas. Todos os vestígios são guardados na sede da Fumdham,
em São Raimundo Nonato (PI), onde são distribuídos em laboratórios específicos
de acordo com a sua natureza.
Coleta e identificação de plantas
Os
biólogos que trabalham no Projeto São Francisco já identificaram cerca de 14
mil amostras de mais de 1,2 mil espécies de plantas na caatinga ao longo
da obra. Iniciado em 2008, o inventário inclui coleta e identificação da flora
local.
Responsáveis
pela atividade, os biólogos especializados da Univasf registram a localização,
a ocorrência geográfica e características das espécies. O projeto é uma
oportunidade para a construção de um banco de informações científicas sobre
a caatinga.
A atividade é rotineira ao longo de todo o trecho de obras, onde são construídos os canais, reservatórios, túneis e nas áreas que fornecem areia ou pedra para o projeto. O ápice do trabalho de campo é a identificação de novas espécies. Mas a regra, no dia a dia dos pesquisadores, é a coleta de espécies conhecidas ou pouco conhecidas, importantes para a formação da base de dados sobre o bioma.
A atividade é rotineira ao longo de todo o trecho de obras, onde são construídos os canais, reservatórios, túneis e nas áreas que fornecem areia ou pedra para o projeto. O ápice do trabalho de campo é a identificação de novas espécies. Mas a regra, no dia a dia dos pesquisadores, é a coleta de espécies conhecidas ou pouco conhecidas, importantes para a formação da base de dados sobre o bioma.
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