segunda-feira, 29 de junho de 2015

Presos filmam tortura a rival dentro de penitenciária no interior do RN


Preso é atingido por uma suposta barra de ferro em penitenciária de Caicó (Foto: Reprodução/Vídeo)

Agredido no dia 5 de junho, preso chegou a ficar uma semana internado.
Direção abriu sindicância e teve acesso a vídeo neste domingo (28).

A direção da Penitenciária Desembargador Francisco Pereira da Nóbrega, o Pereirão, está analisando um vídeo que foi gravado por presos da unidade na tentativa de identificar os responsáveis por torturar um detento rival, fato ocorrido no dia 5 de junho dentro de um dos pavilhões da unidade. O presídio fica em Caicó, na região Seridó do Rio Grande do Norte.
As imagens chegaram ao diretor da penitenciária, Alex Alexandre, neste domingo (28). O detento agredido teve o braço quebrado e sofreu ferimentos graves nas pernas. Os presos envolvidos na violência podem responder por tortura e até tentativa de homicídio.
De acordo com o diretor da unidade prisional, o detento Juliano Carlos de Medeiros foi imobilizado e amordaçado. Ele teve as pernas agarradas por vários presos enquanto era golpeado com um bastão de ferro. O preso também é ameaçado com uma serra, que não chega a ser utilizada. 

Danificado pelos detentos durante a onda de rebeliões que aconteceu em março no sistema penitenciário potiguar, o Pavilhão E do Pereirão está sem celas, o que dificultou o acesso dos agentes penitenciários ao local. O diretor conta que foi necessário invadir o pavilhão para conseguir soltar o preso.
"Só não morreu porque chegamos rápido. Os presos não queriam retirá-lo. O rapaz ficou internado uma semana, fez uma cirurgia no braço e vai precisar fazer outra agora. Recebi a filmagem no domingo. Antes disso, fizemos duas revistas e não localizamos os instrumentos utilizados nem o celular usado para gravar a cena", relata Alex Alexandre. Aberta na época do crime, uma sindicância está em andamento para identificar os responsáveis pelas agressões. "Com o vídeo em mãos, já estamos trabalhando para identificar quem aparece nas imagens", conta.

O diretor acrescenta que o Pavilhão E é ocupado por detentos que integram uma facção criminosa com atuação no estado. O espaço tem atualmente 70 presos. "Ouvimos o preso agredido, mas ainda não sabemos o que motivou a tortura", encerra.


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