É o fim de uma era. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, surpreendeu
o mundo do futebol ao entregar seu cargo de presidente da Fifa nesta
terça-feira. Ele convocou novas eleições ao comando da entidade - que
preside desde 1999 - e informou que não concorrerá neste novo pleito.
Até lá, porém, seguirá no cargo, para o qual foi reeleito na semana
passada.
- Tenho o mandato, mas não sinto que esse mandato
seja de todo o mundo do futebol, de torcedores, jogadores, clubes, das
pessoas que vivem, respiram, amam futebol tanto quanto nós na Fifa. Por
isso, decidi entregar meu cargo a um congresso de um comitê
extraordinário. Continuarei exercendo minhas funções como presidente da
Fifa até lá - disse Blatter em pronunciamento nesta terça-feira em
Zurique, na Suíça.
Pela porta dos fundos: Joseph Blatter decide entregar cargo de presidência
As
novas eleições serão entre dezembro deste ano e março de 2016, de
acordo com Domenico Scala, do Comitê de Auditoria da Fifa. Ele
coordenará o processo da nova eleição. O próximo congresso ordinário da
entidade estava previsto para maio, no México, mas o presidente achou
melhor não esperar até lá.
- Seria um atraso desnecessário - resumiu.
Blatter,
enquanto isso, diz que respeitará os regimentos da entidade e que
tentará criar novos mecanismos internos no órgão, que vive a pior crise
de sua história.
- Vou continuar a exercer minha função como
presidente até um novo
presidente ser escolhido. O próximo congresso demoraria muito. Esse
procedimento será de acordo com os estatutos. E com tempo suficiente
para encontrar os novos candidatos e que possam fazer suas candidaturas.
Agora estarei numa posição de focar em implementar ambiciosos
protocolos de transparência e reformas para seguir o meu mandato.
O suíço antecipou que pretende reduzir o tempo de mandato da presidência. Curiosamente, ele próprio foi reeleito quatro vezes.
- Precisamos de limites para o mandato não apenas para o presidente, mas para todos os membros do Comitê Executivo.
Na
semana passada, sete dirigentes da entidade, entre eles o ex-presidente
da CBF José Maria Marin, foram presos em Zurique, suspeitos de
participar de um esquema de corrupção. O Departamento de Justiça dos
Estados Unidos afirmou que Blatter é um dos investigados, mas que não
houve indícios contra ele.
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