Os trabalhadores em educação das redes estaduais de 15 estados e das
redes municipais de pelo menos seis cidades paralisaram hoje (30) as
atividades para reivindicar melhorias no ensino, nas condições de
trabalho e na infraestrutura das escolas, além de uma maior valorização.
A greve foi convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Educação (CNTE), como parte da 16ª Semana Nacional em Defesa e Promoção
da Educação Pública, que ocorre até amanhã (1º).
"Infelizmente, a
educação pública não está sendo tratada como deve", diz o presidente da
confederação, Roberto Leão, "Escola pública não é algo que diz respeito
aos trabalhadores apenas, é da sociedade, e a sociedade percisa se
levantar e defender essa educação, cobrar políticas dos estados e
municípios."
De acordo com Roberto Leão, as redes estaduais de
Alagoas, do Amazonas, da Bahia, do Ceará, de Goiás, do Maranhão, do Rio
Grande do Norte, de Rondônia e do Piauí somaram-se às redes já em greve
da Paraíba, de Pernambuco, do Paraná, de Santa Catarina, de São Paulo e
do Pará. Em relação às redes municipais, aderiram o movimento as de
Maceió, João Pessoa, Macapá e de Santo Antônio de Leverger, Barão de
Melgaço e Pedra Preta (MT). Os dados municipais ainda estão sendo
consolidados e o número pode subir.
Entre as reivindicações dos trabalhadores estão o cumprimento do piso salarial do magistério,
que é R$ 1.917,78 para uma jornada de 40 horas e formação de nível
médio, dos planos de carreira e das metas e prazos do Plano Nacional de
Educação (PNE). Eles pedem ainda equiparação à média salarial de outras
categorias do funcionalismo público e protestam contra a terceirização.
Para a CNTE, o Brasil precisa aumentar os investimentos educacionais
na proporção de 10% do PIB, ao longo da próxima década – tal como prevê
o PNE. Para isso, a entidade pede a imediata vinculação de novos
recursos para a área além dos royalties do petróleo.
A
confederação considera que as medidas provisórias 664 e 665 dificultam o
acesso ao seguro-desemprego, ao abono salarial, ao auxílio-doença e às
pensões por morte e representam sério retrocesso para os trabalhadores. A
confederação também repudia o Projeto de Lei 4.330/04, que visa a
instituir a terceirização ilimitada nas empresas privadas. Para a
confederação, se for aprovado, poderá trazer consequências graves para
os trabalhadores de todo país.
Os trabalhadores também se solidarizaram aos professores do Paraná. "O
dia se tornou um dia de manifestação de repúdio à atitude covarde do
governador Beto Richa, que ontem agrediu, massacrou os trabalhadores de
educação em Curitiba", disse Leão.
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