A região Nordeste deverá produzir este ano uma
safra de 18,9 milhões de toneladas, um aumento de 20,0% em relação ao ano
passado, segundo o Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA) de
abril, divulgado nesta terça-feira (12/5) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Diante desse desempenho, a região deve
ultrapassar a produção do Sudeste pela primeira vez na história da pesquisa,
realizada desde 1974.
Acréscimos nas produções de soja, milho de 1ª
safra e feijão determinaram o avanço da região, principalmente na Bahia, no
Piauí e no Maranhão. Só a produção de soja deve crescer de 6,6 milhões de
toneladas em 2014 para 8,5 milhões de toneladas neste ano. Desse montante, 1,3
milhão de tonelada a mais virá apenas da Bahia.
No milho de 1ª safra, o acréscimo na produção na
passagem do ano é de 1,1 milhão de tonelada, para 5,9 milhões de toneladas em
2015 na região Nordeste. "Enquanto isso, no Sudeste, a evolução foi muito
pequena. Os preços da terra estão altos, e o espaço já é muito urbanizado.
Então, há uma migração natural da agricultura", disse Mauro Andreazzi,
gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE.
O Sudeste terá neste ano uma produção de 18,3
milhões de toneladas. O volume é 2,3% maior do que o colhido no ano passado.
Essa migração, segundo Andreazzi, é semelhante à observada em anos anteriores,
quando produtores do Sul resolveram passar a cultivar grãos no Centro-Oeste,
hoje a principal região produtora do País. "Bahia, Piauí e Maranhão são
grandes produtores e têm microclimas iguais ao Centro-Oeste", observou.
Ao todo, o IBGE estimou uma safra de 201,0
milhões de toneladas para este ano, avanço de 4,2% em relação ao ano passado. O
volume ainda é 0,6% superior ao apontado no levantamento de março. De acordo
com IBGE, as estimativas mais favoráveis para as produções de milho de 2ª
safra, trigo e soja no mês de abril contribuíram para que a safra brasileira fosse
maior no levantamento do mês passado.
Houve, porém, revisões para baixo nas estimativas
de feijão 3ª safra, batata 3ª safra e café canephora (robusta). Os preços em
queda e a menor competitividade da produção doméstica ante a chinesa determinam
a redução da produção da batata de 3ª safra, explicou Andreazzi. Entre março e
abril, o volume produzido ficou 1,4% menor, passando a 752,781 mil toneladas. A
quantidade é 20,5% menor do que no ano passado.
No caso do feijão de 3ª safra (-0,8% ante março),
a exigência do vazio sanitário e a estiagem prejudicaram a intenção de plantio.
"Os preços do feijão estão bons, mas alguns Estados só conseguem plantio
com irrigação. Em Minas Gerais, por exemplo, dois meses seguidos de estiagem
deixaram os reservatórios baixos, diminuindo a possibilidade de área irrigada.
Além disso, para evitar a praga da mosca-branca, a terra precisa ficar de 15 de
setembro a 20 de outubro sem plantas, e a colheita teria de ser feita antes
disso, o que inviabilizou o plantio para alguns produtores", explicou
Andreazzi. A produção do grão deve totalizar 413,362 mil toneladas, 12,1%
abaixo do ano passado.
Já a produção de café robusta foi revista em
-1,6% na passagem de março para abril, para 660,098 mil toneladas, por causa da
falta de chuvas no Espírito Santos e ao excesso de umidade em Rondônia. No ano,
a produção deve ser 16,6% menor do que em 2014. O volume produzido de milho 1ª
safra também deve ser menor do que o estimado em março. O levantamento indica
colheita 0,6% menor em abril ante o mês anterior, para 30,750 milhões de
toneladas. A safra, porém, será 0,6% maior do que em 2014.
Entre as culturas que tiveram estimativa revisada
para cima na passagem do mês estão milho 2ª safra (+1,3% na passagem do mês,
para 45,506 milhões de toneladas), soja (+0,9%, para 95,610 milhões de
toneladas), trigo (+1,2%, para 7,807 milhões de toneladas) e cana-de-açúcar
(+0,9%, para 678,948 milhões de toneladas). No ano, porém, as produções de
milho 2ª safra e cana-de-açúcar serão menores do que em 2014.
De acordo com Andreazzi, a maior estimativa para
a produção de soja no levantamento do mês passado se deve ao melhor rendimento
do grão. Entre março e abril, o rendimento avançou 0,5%, segundo o órgão, e a
produção subiu 0,9%, para 95,610 milhões de toneladas. "O estágio final da
colheita tem estimativas melhores, uma vez que a cultura foi menos prejudicada
do que o esperado", afirmou.
Segundo ele, Goiás e Minas Gerais tiveram problemas com a estiagem, mas as consequências foram menores do que o projetado. Em Goiás, por exemplo, a estimativa para a produção cresceu 1,5% entre março e abril. Houve ainda um aumento de 0,4% na área a ser colhida no período, segundo o IBGE, o que também contribuiu para a estimativa maior. A soja continuará, portanto, como a principal cultura do País, abocanhando quase metade das 201,0 milhões de toneladas estimadas para a safra de 2015.
Segundo ele, Goiás e Minas Gerais tiveram problemas com a estiagem, mas as consequências foram menores do que o projetado. Em Goiás, por exemplo, a estimativa para a produção cresceu 1,5% entre março e abril. Houve ainda um aumento de 0,4% na área a ser colhida no período, segundo o IBGE, o que também contribuiu para a estimativa maior. A soja continuará, portanto, como a principal cultura do País, abocanhando quase metade das 201,0 milhões de toneladas estimadas para a safra de 2015.
Em relação a 2014, a produção de soja deve
crescer 10,6%. "Melhorou o rendimento, e todas as regiões aumentaram a
área plantada, apesar de Goiás e Minas Gerais terem registrado problemas com
estiagem, que prejudicou o rendimento", afirmou Andreazzi. Na comparação
anual, a safra de soja será 3,6% menor em Goiás e 0,2% inferior em Minas
Gerais. Em Mato Grosso, o maior produtor, a safra de soja ficará perto de 27
milhões de toneladas, uma alta de 4,6% sobre 2014.
Fonte: Revista Globo Rural
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