Levantamento feito pela Controladoria-Geral da União (CGU) aponta que
63% das cidades e dois estados tiraram nota zero em transparência
pública. Esse é o resultado de um índice lançado pelo órgão hoje (15),
para lembrar os três anos de vigência da Lei de Acesso à Informação
(LAI). Batizado de Escala Brasil Transparente, o índice mede a
transparência pública em estados e municípios.
De acordo com a
CGU, foram avaliados 492 municípios com até 50 mil habitantes, todos os
estados, capitais e o Distrito Federal. Do total de cidades analisadas,
424 ainda não regulamentaram os dispositivos que permitem à população
ter acesso aos dados dos órgãos públicos. Conforme o índice, 23%
das cidades ficaram com notas entre 1 e 2. Apenas sete municípios,
tiraram notas entre 9 e 10 (1,4%), sendo cinco da Região Sul. O município de Apiúna (SC) e a capital paulistana receberam a nota máxima.
O ranking
Escala Brasil Transparente atribui notas de 0 a 10 a estados e
municípios após análise dos critérios de “regulamentação da lei” e
“efetiva existência e atuação de serviço de informação”. No caso dos
estados, Ceará e São Paulo foram os mais transparentes do país, ambos
com nota máxima, seguidos do Paraná (9,72), de Sergipe (9,31), de Santa
Catarina (9,17) e do Rio Grande do Sul (9,17). Em contrapartida, Amapá e
Rio Grande do Norte figuram no final da lista, com nota zero.
Para definir o índice, a GCU fez a seleção aleatória dos municípios,
incluindo todas as capitais. Nesse levantamento, foi verificado o
atendimento à Lei de Acesso à Informação somente por parte dos
executivos estaduais e municipais. As câmaras e assembleias bem como os
judiciários locais não formam alvo do estudo.
No caso das
capitais, as três mais transparentes foram São Paulo (SP), Curitiba (PR)
e Brasília (DF), com notas 10; 9,31; e 8,89, respectivamente. Macapá
(PA), Porto Velho (RO) e São Luís (MA) receberam nota zero.
Na
avaliação do ministro da CGU, Valdir Moysés Simão, a lei “pegou”. “Os
resultados não devem ser um panorama de que a lei não foi efetiva. Há um
esforço enorme de expansão e utilização da lei. Menos de 10% dos
municípios pesquisados têm uma lei efetiva, que seja aplicada e cumprida
na forma que foi estabelecida. Essa é uma fotografia tirada em um
determinado momento que deve melhorar e se transformar em um filme”,
argumentou.
De acordo ele, a CGU desenvolve um
programa de parceria com os municípios, sem custos, para que eles
desenvolvam os mecanismos de acesso à informação. “Não está no escopo da
controladoria punir e fiscalizar os municípios que não estão cumprindo a
lei. Mas a não aplicação da norma pode ensejar na abertura de processos
por improbidade administrativa”, ressaltou Simão.
A secretária de Transparência e Prevenção da Corrupção, Patrícia Audi, disse que a CGU pretende dobrar a amostra no segundo semestre do ano e permitir que os municípios espontaneamente se cadastrem para ter o grau de transparência analisado. Sobre a avaliação da transparência em outro Poder, a secretária informou que essa não é uma atribuição da CGU.
A secretária de Transparência e Prevenção da Corrupção, Patrícia Audi, disse que a CGU pretende dobrar a amostra no segundo semestre do ano e permitir que os municípios espontaneamente se cadastrem para ter o grau de transparência analisado. Sobre a avaliação da transparência em outro Poder, a secretária informou que essa não é uma atribuição da CGU.
“É
importante dizer que essa pesquisa não é um referencial para avaliação
do que estabelece a Lei Complementar 131, de transparência ativa para
fins de recebimento de transferências voluntárias do governo federal”,
observou Simão.
Para o ministro, a lei de acesso é
“fundamental” para inibir a corrupção. “A corrupção é uma questão de
oportunidade. Na medida em que nós aperfeiçoamos a governança e
transparência, certamente, inibiremos a corrupção porque trazemos à luz
os atos de gestão de qualquer cidade, em qualquer município poderá
acessar essas informações”, frisou o ministro da GCU.
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