O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou hoje (13), por 277 votos a
favor, 178 contra e uma abstenção, o texto base da Medida Provisória
(MP) 664/14, que altera as regras para a concessão de pensão por morte,
seguro defeso e auxílio doença. Os deputados devem iniciar agora a
votação dos destaques. Os deputados aprovaram o texto do relator da MP
na comissão mista do Congresso que analisou a medida, Carlos Zarattini
(PT-SP), que modificou a medida originalmente encaminhada pelo governo.
Pelo texto aprovado, no caso da pensão por morte, a MP exige o tempo
mínimo de dois anos de casamento ou união estável e pelo menos 18 meses
de contribuição para que o cônjuge ou companheiro tenha direito ao
benefício. Em seu relatório, Zarattini também alterou a proposta
original que estabelecia uma cota familiar e dava direito a 50% da
pensão para o cônjuge e mais 10% para cada dependente, até no máximo de
cinco. No texto do relator, o pagamento da pensão voltou a deixar a
pensão integral.
Em relação ao auxílio-doença, o texto mantém a
obrigação de a empresa pagar ao seu empregado o salário durante os
primeiros 30 dias de afastamento, o dobro do que previa a legislação
anterior à MP. "Nós buscamos dar, por um lado, as garantias de que os
trabalhadores não perderão seus benefícios e, ao mesmo tempo, garantir a
sustentabilidade da Previdência Social", disse Zarattini ao defender a
aprovação da MP.
No começo da sessão, Cunha não admitiu a parte
do parecer do relator que acrescentava o desconto de 8% do
seguro-desemprego e do seguro-defeso para fins de consideração do tempo
de recebimento do benefício para aposentadoria, por considerar matéria
estranha ao tema original.
A sessão que aprovou a MP foi marcada
pela presença na galeria do Plenário de manifestantes ligados à Força
Sindical contrários à medida. Desde o final da manhã eles protestavam
contra a medida provisória, por considerarem que ela retira direitos
previdenciários. Com bandeiras e faixas, os manifestantes gritavam
palavras de ordem cada vez que um integrante da base aliada se
pronunciava a favor da matéria, principalmente a alteração que prevê o
fim da vitaliciedade da pensão para as pessoas com menos de 44 anos.
Após
o resultado da votação, alguns dos manifestantes gritaram palavras de
ordem contra o governo e contra as alterações nas regras da pensão por
morte. Alguns deles, chegaram a fazer um bundalelê. Após o episódio, por
ondem do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, as galeria foram
esvaziadas.
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