quinta-feira, 9 de abril de 2015

Saiba o que muda com a aprovação da lei da terceirização



De um lado estão os empresários, que defendem fervorosamente a aprovação do Projeto de Lei (PL) que regulamenta a terceirização. Do outro as centrais sindicais organizam protestos e esbravejam se tratar da maior violação aos direitos dos trabalhadores dos últimos tempos.  A principal mudança está no sistema de contratação. Hoje as empresas só podem terceirizar o serviço para atividades-meio. Uma escola, por exemplo, tem permissão para contratar os serviços de limpeza e merenda de forma terceirizada (quando o funcionário não tem vínculo com a empresa). Já os professores, que exercem a atividade-fim, não podem ser terceirizados.

A principal mudança está no sistema de contratação. Hoje as empresas só podem terceirizar o serviço para atividades-meio. Uma escola, por exemplo, tem permissão para contratar os serviços de limpeza e merenda de forma terceirizada (quando o funcionário não tem vínculo com a empresa). Já os professores, que exercem a atividade-fim, não podem ser terceirizados.

Encargos
Nessa terça-feira o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, se reuniu com o deputado Arthur de Oliveira Maia (SD-BA), relator do projeto, para propor alterações no que diz respeito ao pagamento de encargos previdenciários e imposto de renda. 
Isso porque pelo texto original, essas atribuições ficariam a cargo das empresas terceirizadas e não da empresa contratante. O que, na avaliação do governo, tornaria mais difícil o controle do pagamento. 
A alteração foi aceita e agora a proposta prevê que os encargos dos funcionários  ficarão sob a responsabilidade da empresa que contratar o serviço e não das terceirizadas.  Já os pagamentos feitos diretamente ao trabalhador – salário, 13º e férias – serão de responsabilidade das terceirizadas. 

Direito dos trabalhadores
Também foi aceita pelo relator do Projeto de Lei uma alteração proposta pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), conhecido como Paulinho da Força. Ele propôs que o funcionário terceirizado seja representado pelo mesmo sindicato dos trabalhadores da empresa contratante. Desta forma, os reajustes salariais da categoria serão garantidos também ao empregado que for terceirizado.  
O projeto prevê ainda que os terceirizados tenham os mesmos direitos dos empregados da empresa: serviço de transporte, atendimento médico nas dependências da empresa, alimentação no refeitório (quando houver) e treinamento para a função (quando a atividade exigir).


Para entrar em vigor
Se aprovada, segue para votação no Senado. Caso os senadores modifiquem o texto, a pauta retorna para a Câmara. Mas se for aprovado da mesma forma como foi enviado pelos deputados, o projeto é encaminhado para a sanção da presidente da República. 
As novas regras, se aprovadas, atingem empresas privadas e públicas. Sociedades civis de economia mista, produtores rurais e profissionais liberais também terão que se enquadrar na nova lei. 

Por que a CUT é contra
O presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Wagner Freitas, fala em precarização do regime CLT. 
Ele acredita que a nova lei não está sendo pensada para regulamentar a situação dos mais de 12 milhões de trabalhadores terceirizados que existem no país, mas sim para fazer com que os outros 40 milhões de empregados passem para o regime dos terceirizados. 
A CUT promete convocar greve geral a partir da quinta-feira da semana que vem, dia 16 de abril, caso o Projeto de Lei seja aprovado.  

 

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