De um lado estão os empresários, que defendem fervorosamente a aprovação
do Projeto de Lei (PL) que regulamenta a terceirização. Do outro as centrais
sindicais organizam protestos e esbravejam se tratar da maior violação aos
direitos dos trabalhadores dos últimos tempos. A principal mudança
está no sistema de contratação. Hoje as empresas só podem terceirizar o serviço
para atividades-meio. Uma escola, por exemplo, tem permissão para contratar os
serviços de limpeza e merenda de forma terceirizada (quando o funcionário não
tem vínculo com a empresa). Já os professores, que exercem a atividade-fim, não
podem ser terceirizados.
A principal mudança está no sistema de contratação. Hoje as empresas só
podem terceirizar o serviço para atividades-meio. Uma escola, por exemplo, tem
permissão para contratar os serviços de limpeza e merenda de forma terceirizada
(quando o funcionário não tem vínculo com a empresa). Já os professores, que
exercem a atividade-fim, não podem ser terceirizados.
Encargos
Nessa terça-feira o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, se reuniu com o
deputado Arthur de Oliveira Maia (SD-BA), relator do projeto, para propor
alterações no que diz respeito ao pagamento de encargos previdenciários e
imposto de renda.
Isso porque pelo texto original, essas atribuições ficariam a cargo das
empresas terceirizadas e não da empresa contratante. O que, na avaliação do
governo, tornaria mais difícil o controle do pagamento.
A alteração foi aceita e agora a proposta prevê que os encargos dos
funcionários ficarão sob a responsabilidade da empresa que contratar o
serviço e não das terceirizadas. Já os pagamentos feitos diretamente ao
trabalhador – salário, 13º e férias – serão de responsabilidade das
terceirizadas.
Direito dos trabalhadores
Também foi aceita pelo relator do Projeto de Lei uma alteração proposta
pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), conhecido como Paulinho da Força.
Ele propôs que o funcionário terceirizado seja representado pelo mesmo sindicato
dos trabalhadores da empresa contratante. Desta forma, os reajustes salariais
da categoria serão garantidos também ao empregado que for terceirizado.
O projeto prevê ainda que os terceirizados tenham os mesmos direitos dos
empregados da empresa: serviço de transporte, atendimento médico nas
dependências da empresa, alimentação no refeitório (quando houver) e
treinamento para a função (quando a atividade exigir).
Para entrar em vigor
Se aprovada, segue para votação no Senado. Caso
os senadores modifiquem o texto, a pauta retorna para a Câmara. Mas se for
aprovado da mesma forma como foi enviado pelos deputados, o projeto é
encaminhado para a sanção da presidente da República.
As novas regras, se aprovadas, atingem empresas
privadas e públicas. Sociedades civis de economia mista, produtores rurais e
profissionais liberais também terão que se enquadrar na nova lei.
Por que a CUT é contra
O presidente nacional da CUT (Central Única dos
Trabalhadores), Wagner Freitas, fala em precarização do regime CLT.
Ele acredita que a nova lei não está sendo
pensada para regulamentar a situação dos mais de 12 milhões de trabalhadores
terceirizados que existem no país, mas sim para fazer com que os outros 40
milhões de empregados passem para o regime dos terceirizados.
A CUT promete convocar greve geral a partir da
quinta-feira da semana que vem, dia 16 de abril, caso o Projeto de Lei seja
aprovado.
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