domingo, 12 de abril de 2015

Monitoramento do governo indica baixa adesão ao protesto pró-impeachment deste domingo



Os três principais movimentos - Brasil Livre, Vem pra Rua e Revoltados Online - que levaram cerca de 2 milhões de pessoas às ruas no mês passado contra o governo da presidente Dilma Rousseff reeditam neste domingo (12) o ato, com a esperança de atrair o dobro de insatisfeitos. Os monitoramentos do governo, entretanto, indicam baixíssima adesão, principalmente comparado ao último ato. Mostram ainda que o clima está menos favorável.
Mesmo com uma previsão positiva, aliados da presidente não descartam que o movimento cresça ao longo do dia. Mas, se depender do Planalto, não será fomentado, como ocorreu na edição passada. Não haverá posicionamento após os atos, como no dia 15. Aliados da presidente consideraram as declarações dos ministros José Eduardo Cardozo e Miguel Rossetto desastrosas.
Além de decidir não dar Ibope, o Planalto mudou a estratégia de monitoramento. Pela primeira vez, além das redes sociais, também está de olho em cada dos pró-impeachment no Whatsapp. O susto com o movimento do dia 15 - menor que o das manifestações de junho de 2013 - acendeu um alerta no governo: não dá mais para ignorar qualquer rede social. 

"Ninguém contava com a força do Whatsapp. Todo mundo foi pego de surpresa. A avaliação do governo foi a de que a troca de mensagens pelo celular junto com a cobertura ao vivo da imprensa motivou as pessoas a saírem de casa", disse um petista ao Brasil Post.
Apesar de estar mais atento que nunca, o governo também está menos preocupado. Há um sentimento entre os palacianos de que as últimas decisões da presidente "arrefeceram os ânimos". "Se a curva de problemas continuasse crescendo, haveria um temor maior. Mas a decisão de colocar a articulação nas mãos do PMDB e as últimas declarações da presidente ajudaram a conter o descontentamento", emendou o petista.
O governo acredita ainda que contou com a ajuda da própria oposição. Internamente, integrantes do partido dizem que se o PSDB tivesse colocado mais lenha na fogueira e apoiado o impeachment, a situação seria pior. As falas contra o impeachment, tanto do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que disse que a presidente deveria sangrar, e o artigo do senador José Serra (PSDB-SP), publicado no Estado de S.Paulo, foram encarados pelo governo como um bom sinal.
Mesmo otimistas, os aliados de Dilma não descartam que a manifestação cresça ao longo do dia. "Depende de como vai ser pela manhã. Se encher, é capaz de encorajar mais pessoas a participar, mas pode chover e deixar o protesto disperso. Pode ser ainda que não haja esse engajamento. De qualquer forma, não estamos subestimando. Há consciência de que o protesto pode ganhar corpo", diz o aliado do governo.
A intenção é que as respostas aos atos seja diluída ao longo da semana nas entrevistas que os ministros concedem em suas agendas. Outro aliado próximo à presidente diz que o discurso adotado será o mesmo do dia 15, de que manifestar é um direito do brasileiro, apoiado pela presidente. Como ela disse, "valeu a pena lutar".
Um dos líderes do movimento Brasil Livre, Kim Kataguiri, entretanto, rechaça a apuração do governo. Em entrevista pós-ato do dia 15, ele disse acreditar que muitos brasileiros que deixaram de ir na edição anterior por medo de vandalismo, viram que não teve violência e comparecerão.
Em vídeo, Renan Hass, outro integrante do MBL, disse esperar que o Congresso reaja. Para ele, o cenário atual é favorável ao PMDB e à oposição, por isso não há mobilização na Câmara e no Senado em prol do impeachment.
Hass argumenta que existem razões políticas e jurídicas para pleitear o impeachment de Dilma. Se nada for feito, o grupo promete mudar a estratégia.

Nenhum comentário :

Postar um comentário