Estudo do Instituto de Física de São Carlos associou duas
técnicas, o ultrassom e o laser, em um aparelho capaz de acelerar a
reparação dos tecidos e apresentar efeito anti-inflamatório e
analgésico.
Pesquisadores orientados por Alessandra Rossi
Paolillo provocaram dor em camundongos e ratos. Houve tratamento com
laser, outro apenas com ultrassom e um terceiro com a união dos dois. O
grupo tratado com a associação das duas técnicas apresentou o melhor
resultado tanto no alívio da dor quanto no relaxamento muscular.
O
aparelho, desenvolvido por Vanderlei Salvador Bagnato, pode ser usado
na reabilitação de lesões decorrentes do trabalho e do esporte, além de
doenças articulares e nos tendões.
O foco da pesquisa foi reduzir
a dor da osteoartrose, que é uma doença das articulações, caracterizada
pela degeneração da cartilagem, podendo atingir a região dos joelhos,
quadril, coluna vertebral, tornozelos, pés, ombros, cotovelos e mãos.
Os
sintomas da osteoatrose incluem deformidades ósseas, processo
inflamatório, edema, rigidez e instabilidade articular, diminuição da
amplitude de movimento, fraqueza muscular, entre outros. A doença causa
dor nos pacientes e dificuldades em atividades do dia a dia.
Para
proporcionar melhor qualidade de vida a mulheres da terceira idade, o
grupo fez testes clínicos nas mãos e nos joelhos das pacientes. “Os
principais resultados foram o alívio da dor e o aumento da
funcionalidade da mão e dos membros inferiores. Constatamos os
benefícios usando um equipamento, chamado algômetro, que avalia o limiar
de dor, além de testes de função de mão e de joelho”, explicou a
pesquisadora Fernanda Rossi Paolillo, irmã de Alessandra, a
coordenadora.
Em um dos casos, uma paciente reabilitou a mão e
passou a praticar remo com o marido. Fernanda lembra que outras mulheres
conquistaram maior independência nas atividades do dia a dia, como
cozinhar, cuidar da casa e até bordar, além de fazer caminhadas e
exercícios físicos.
Francisca Aparecida Milaré, de 61 anos,
participou dos testes com o novo aparelho. Ela contou que sentia muita
dor nos joelhos e chegou a ficar com a perna travada no meio da rua, sem
conseguir se locomover. “Não dava mais para subir uma escada, apesar de
eu fazer exercício, mas tinha que tomar anti-inflamatório forte, os
mais fracos não resolviam mais”, disse.
Outra dificuldade que ela
enfrentava era conseguir dormir, por não encontrar uma posição
confortável, que não lhe causasse dor. “Tinha que deitar e a perna não
descansava, tinha aquela dor que incomoda, põe travesseiro, muda de
posição… não dormia”, relatou.
Depois do tratamento com laser e
ultrassom, ela se diz muito satisfeita. “Muito bom, eu tomava muito
remédio e agora não tomo mais anti-inflamatório. Nossa, você não imagina
como é bom, viu! Melhorou muito meu joelho”, finalizou.
Durante
os testes, observou-se que o efeito do tratamento pode ser percebido nas
primeiras aplicações da técnica. Mas alguns começam a sentir uma
melhora entre três e cinco sessões, cada uma com duração de 15 a 30
minutos.
O aparelho é de fácil manuseio e pode ser transportado
por uma só pessoa. “A simplicidade na aplicação e sua portabilidade
permitem que os atendimentos não sejam somente feitos em clínicas, mas
também em domicílio”, disse a pesquisadora.
Além da reabilitação,
o equipamento é apropriado ao tratamento estético e atende pessoas com
flacidez cutânea e gordura localizada, acrescentou Fernanda.
Os pesquisadores Herbert João, Jéssica João e Daniele Fernandes Frascá integraram o grupo que desenvolveu o novo aparelho.
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