Um relatório de auditoria da Secretaria de Controle Interno
da Presidência mostrou que, entre 2008 e 2012, a Secretaria de Comunicação Social
da Presidência (Secom) pagou R$ 364,6 mil em anúncios em jornais inexistentes
no ABC paulista. A informação é da Folha de S. Paulo.
Segundo os editores, as publicações, todas do Grupo Laujar de
Comunicação S/A, de São Bernardo do Campo e entregues como prova, tinham apenas
quatro páginas cada um e traziam notícias repetidas. Além disso, as informações
e as imagens eram cópias de reportagens de portais de notícias sem
atribuição de créditos, aspectos que, segundo os especialistas, seriam "índícios
de fraude".
De acordo com a Folha, os periódicos tinham um anúncio
da Unimed com números de telefone genéricos, outro do Governo e um
terceiro sem identificação.
Os auditores encontraram um sobrado residencial no endereço
onde supostamente estaria situada a sede do grupo, e vizinhos contaram
que desconheciam a existência de atividades no lugar.
Das 35 bancas visitadas e das 21 contatadas pelos fiscais,
apenas uma, indicada pelo dono do grupo Laujar, conhecia um dos jornais
citados, o Jornal do ABC Paulista.
O relatório concluiu que os periódicos entregues como
prova à Secretaria de Comunicação Social foram forjados e que a declaração
em cartório sobre a tiragem das publicações é falsa.
A Secom afirma que o processo está aberto e que espera o
resultado de uma investigação que está sendo realizada pela
Polícia Federal. Ela afirmou ainda ter suspendido os anúncios
nos jornais antes da primeira reportagem da Folha que denunciava o
caso, em 2012.
O representante da Laujar disse que o relatório é
mentiroso e que foi elaborado por pessoas não "técnicas". O
homem, que se identificou apenas como João Carlos, negou que a empresa funcione
em um imóvel residencial e garantiu que os anúncios são verdadeiros, e os
jornais, impressos em rotativas, reais.
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