Uma saudável disputa está
ocorrendo entre o Rio Grande do Norte e o Ceará para saber quem será o
primeiro estado a instalar 1GW de potência de geração de energia a
partir de fonte eólica no Brasil.
Segundo os dados oficiais da Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), hoje o Ceará tem 36 parques em
operação e um total de 893,24 MW instalados, enquanto o RN tem 736,75 MW
em 29 parques eólicos. Oficialmente, portanto, o Ceará ainda é o líder
em potência eólica instalada no Brasil, e o RN é o segundo colocado.
Mas de acordo com levantamentos do
diretor setorial de energia eólica do Centro de Estratégias em Recursos
Naturais e Energia (CERNE), Milton Pinto, “com a entrada em operação do
Complexo União dos Ventos (169,6 MW) da Serveng Energia, sabemos que o
RN de fato alcançou hoje os 906,35 MW de potência eólica instalada em 39
parques, embora a Aneel ainda não tenha atualizado tal informação, o
que deverá certamente ser feito nos próximos dias”.
Deste modo, além da liderança em
projetos contratados e em construção (desde 2010), o RN passa a ser
também o líder em geração efetiva.
Já a provável quebra da barreira de 1 GW
deverá ocorrer em 15/05, a partir da entrada em operação comercial dos 3
parques eólicos do consórcio Brasventos (68,47 MW de Miassaba 3, 58,45
MW de Rei dos Ventos I e 60,12 MW de Rei dos Ventos III). Na sequência,
devem entrar em operação os parques da gigante energética italiana Enel
Green Power: Modelo I (30,50 MW em 01/08) e Modelo II (25,85 MW em
01/08).
De acordo com o Cronograma de Eventos da
Aneel de Abril/2014, o Ceará também chegará ao primeiro GW, atingindo
1.022,24 MW em 15/06, após a entrada em operação sucessiva de 4 parques
eólicos: Taíba Águia – 23,10 MW em 02/05; Colonia – 18,9 MW em 07/05;
Ilha Grande – 29,70 MW em 13/06, e Faísa II – 27,30 MW em 15/06.
Ao final de julho de 2014, com a previsão de entrada em operação de mais 3 parques (Taíba Andorinha – 14,70 MW em 15/06; Boca do Córrego – 24,30 MW em 20/06, e Faísa V – 29,40 MW em 31/07), o Ceará chegará a um total de 1.090,64 MW.
Ao final de julho de 2014, com a previsão de entrada em operação de mais 3 parques (Taíba Andorinha – 14,70 MW em 15/06; Boca do Córrego – 24,30 MW em 20/06, e Faísa V – 29,40 MW em 31/07), o Ceará chegará a um total de 1.090,64 MW.
Além destes, entrou em operação no
Ceará, vindo do mercado livre, o parque eólico de Mandaú (30 MW), parte
de um complexo da Tractebel, de 116 MW, colocando hoje o Ceará com
923,24 MW (a Aneel também ainda não atualizou tal informação).
O RN deve atingir a barreira de 1 GW
eólico 1 mês antes do que o Ceará, em 15/05, alcançando 1.093,39 GW. Um
mês depois, os cearenses deverão atingir 1.090,64 MW, apenas 2,75 MW de
diferença). Em resumo, para assegurar que consiga alcançar primeiro a
barreira de 1 GW, o RN precisa por em operação comercial os 3 parques
até o dia 15/05 e, o Ceará precisa por em operação 4 parques até o dia
15/06.
De acordo com o Diretor Presidente do
CERNE, Jean-Paul Prates, esta disputa é natural pois trata-se da mesma
bacia de ventos, praticamente. O Ceará tem um longo histórico de
experiências na área eólica, desde a década de 90. Mas o RN atropelou
por fora desde 2009, quando esta fonte foi incluída nos leilões
federais, sendo responsável pela maioria dos projetos vencedores. “Por
esta razão, entendo que os dois estados precisam trabalhar juntos e
trocar muito suas experiências, de forma a criar um ambiente saudável e
sustentável para este investimento na região”, complementa.
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