Paula Belmino ao lado de sua mãe Cícera Belmino sob a sombra da baraúna
Ah! Que dó e saudade De um tempo
que não
volta mais
Da sombra da baraúna
Garças que ao encontro da lagoa
Voavam cantando
em paz.
Brincar embaixo da gameleira Sua
árvore
geminada vizinha Entrelaçadas
pelo tempo A natureza lhes uniu Para
que não
crescessem sozinhas.
Quantas crianças Catavam e contavam
sementes de mamona Brincavam sob o
seu céu Corriam na areia pelo vento
varrido
Brincavam de passar anel.
Ah! saudosa baraúna Nossa vida, nossa
memória Origem da nossa cidade
Berço de amor Flor da nossa história.
Foi-se o
tempo do abrigo Dos ninhos
para os pardais Dos galhos para os
balanços Lugar de
prece e oração Foi-se
e não volta mais.
Meninos e meninas Nadando com os
peixes na
lagoa Descansando em tua
sombra Ah! minha velha baraúna
Quanta lembrança boa!
Viste tantos encontros Ouvistes tantos
segredos Mas o tempo passou Com o
vento voou E ficaste só tu e o medo.
Medo da solidão Da ausência de teus
amigos
velhos que não mais te
visitaram Envelheceram contigo Alguns
se foram, voaram E
com saudade te
deixaram.
As crianças deste tempo Já não correm
sob
os teus galhos Não te conhecem,
não te visitam E em tua velhice Choras
teus ais
pelo que é quase findado. A
morte pra ti vem chegando E em nosso
coração deixas
dor Em tua caída,
estremeceu nosso amor Saudosa
baraúna O tempo final pra ti
chegou.
Pedindo socorro a tanto tempo
Desejando um
abraço Alguém que
olhasse pra ti com ternura E mudasse o
teu estado Ah! baraúna
querida
saudade é teu nome,teu espaço, teu
regaço.
Paula Belmino
Um comentário :
Triste fim, mas são as coisas da vida, um acontecimento para fazer o povo refletir que poderiam ter plantado muitas outras destas árvores a tempos, e só agora o querem fazer
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