Jornal britânico lembrou que o reajuste está acima da inflação e o classificou como 'contra-ataque à oposição'
LONDRES - O jornal britânico Financial Times classificou o
aumento de 10% dos benefícios do programa Bolsa Família como um "passo
populista" antes das eleições presidenciais. Em reportagem, a publicação
destaca que o reajuste do valor transferido às famílias pobres será
maior que a inflação que gira atualmente em torno de 6%. Para o FT, é a ação "mais agressiva de contra-ataque da presidente contra a oposição".
"O passo populista marca o mais agressivo contra-ataque da presidente
contra a oposição, que tenta diminuir sua forte liderança nas
pesquisas", diz o FT. A reportagem avalia o reajuste como
"acentuado" e destaca que, apesar de Dilma Rousseff continuar líder
isolada nas pesquisas de intenção de voto, a medida acontece dias após
pesquisas mostrarem queda de Dilma e avanço dos oposicionistas Aécio
Neves e Eduardo Campos.
Ao lembrar que o aumento anunciado na noite desta quarta-feira, 30, pela presidente Dilma em cadeia de rádio e televisão
é maior do que a inflação, a reportagem diz que a medida reforça o
programa de transferência de renda para os mais pobres que foi a marca
do período de quase 12 anos de governos do Partido dos Trabalhadores.
O FT lembra ainda que atualmente cerca de 36 milhões de
brasileiros recebem o Bolsa Família. "Juntos, formam um grupo que é
considerado por analistas como uma base eleitoral leal ao Partido dos
Trabalhadores, particularmente no nordeste pobre do País", diz o texto.
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