Um indicativo de que o inverno deste ano está
melhor que os anteriores vem dos currais. Com a intensificação das
chuvas a partir de março e a consolidação do pasto, os produtores rurais
começaram a recompor o rebanho, reduzido pela metade durante as secas
de 2011 e 2012. “O produtor está otimista e prevendo que teremos comida
para o gado este ano”, disse o presidente da Federação da Agricultura do
Rio Grande do Norte (Faern), José Vieira.
Apesar do otimismo, Vieira aponta três preocupações dos produtores, das quais apenas uma está relacionada à meteorologia. São elas: o nível dos reservatórios, a questão do crédito e a assistência técnica no campo.
Os açudes tomaram pouca água este ano. O monitoramento da Secretaria de Recursos Hídricos mostra que reservatórios usados no abastecimento de cidades, como a barragens de Pau dos Ferros, o açude Gargalheiras, em Acari, Passagem das Traíras, em São José do Seridó e Pataxó, em Ipanguaçu, estão praticamentos secos. Os açudes em propriedades rurais também secaram e pouco receberam água das chuvas deste ano.
Quanto a assistência técnica, o presidente da Faern defende mudança na metodologia: “O modelo atual não atende mais às necessidades dos produtores. Ela precisa ser continuada, precisa de metas e trabalhar com a meritocracia”, disse Vieira, ressaltando que a crítica não se refere especificamente ao Rio Grande do Norte, mas ao país como um todo. “Sem assistência técnica adequada não adianta nem ter chuva”.
Vieira também reclamou da questão do endividamento dos produtores rurais e da burocracia do Banco do Nordeste, que é o maior agente nesta área. “Estou em Brasília tratando disso. A questão não foi resolvida. Os produtores endividados estão sem acesso ao crédito”. Como exemplo de burocracia ele citou a diferença entre a venda de um automóvel e de um trator. O carro – observou ele – você compra e sai da loja com ele. Já o trator é uma burocracia sem precedentes.
Fonte: Tribuna do Norte
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