Apesar da situação atual do Rio Grande do Norte - 159 cidades em
declarado estado de emergência, 12 em colapso no sistema de
abastecimento de água e nove em racionamento e dos alertas
meteorológicos de que as chuvas não serão suficientes para recuperar o
nível de água dos reservatórios -, a Secretaria do Meio Ambiente e dos
Recursos Hídricos (Semarh) e a Defesa Civil do Estado se posicionam na
espera pelo fim do período chuvoso para tomar medidas emergenciais que
garantam aumento na oferta de água, evitando que outras cidades entrem
em colapso de abastecimento durante o ano de 2014.
Aldemar Freire
Gargalheiras, que abastece as cidades de Currais Novos e Acari, está com 10% da sua capacidade, situação considerada crítica
Por
enquanto, a esperança é de que “os céus mandem chuva”. “Fechou maio,
começou junho, parou de chover de tudo e não tem mais perspectiva de
chuva, aí sim, o Estado vai ter que sentar e colocar em prática o que
andou planejando. Mas com as coisas de Deus a gente nunca sabe, de
repente dá uma chuva forte...”, afirma a coordenadora de gestão de
recursos hídricos da Semarh, Joana D’arc.
O setor de meteorologia da Empresa de Pesquisas Agropecuárias do Rio
Grande do Norte (Emparn) já adiantou que o período chuvoso no semiárido
nordestino deve acabar em meados de maio e, até lá, não terá sido
suficiente para recuperar satisfatoriamente o nível dos reservatórios
potiguares. A Semarh afirma que não houve recuperação dos reservatórios
nestas últimas chuvas, mas prefere esperar pelo final do próximo mês
para saber com que quantidade de água irá lidar durante o resto do ano.
Para
um enfrentamento da escassez de água, as ações “no gatilho” não são
novidades para o sertanejo. Carros-pipa e perfuração de poços. “Em
municípios de menor porte quando eles entrarem em colapso, a solução é
carro-pipa mesmo”, diz a coordenadora. Porém, não há ainda definições de
quais cidades receberiam estes benefícios, ou quanto de material seria
necessário. O planejamento virá somente ao final de maio e início de
junho. Atualmente, 134 cidades são abastecidas por carros-pipa em
operação coordenada pelo Exército. Segundo o tenente Lavínio, as 23
cidades sob responsabilidade da Defesa Civil Estadual foram orientadas a
procurar o Exército.
Em consequencia da seca que se alonga nos
últimos dois anos, já existe uma averiguação das localidades mais
críticas, principalmente, no Seridó e Alto Oeste. Currais Novos, no
Seridó, é uma das cidades mais preocupantes. Abastecida pelo açude
Gargalheiras, o município tem o abastecimento de água equacionado até
agosto de 2014, segundo informou o titular da Semarh. O reforço para ela
seria a perfuração de 20 poços até maio desse ano, trabalho que ainda
está em fase inicial.
A barragem Marechal Dutra, em Acari, mais
conhecida como açude Gargalheiras, abastece as cidades de Currais Novos e
Acari e está com 10% da sua capacidade, de acordo com última medição,
em 9 de abril. Para Joana Darc, esta situação prediz que pode haver
racionamento nas duas cidades, mas nada está decidido.
Para o
Alto Oeste, está em conclusão uma adutora de engate rápido, levando água
da barragem de Santa Cruz do Apodi a Pau dos Ferros, a partir de uma
ligação em Itaú. A adutora de 42 km deve ser finalizada em 45 dias,
beneficiando a cidade polo e mais 26 municípios. Já o reservatório
Itans, em Caicó, e o Boqueirão de Parelhas estão “no limite”,
garantindo, com dificuldade, o abastecimento humano para o ano de 2014.
Nenhum comentário :
Postar um comentário