Parque eólico em Bodó, sem previsão para a geração de energia |
Um relatório do comitê que monitora o setor elétrico brasileiro mostra
que obras de infraestrutura para evitar a sobrecarga do sistema - e
eventuais apagões - estão atrasadas.
A imensidão do Rio Madeira, em Rondônia,
guarda um enorme potencial de energia. A água serve de combustível para
gerar até 7 mil megawatts. Mas as obras das usinas de Santo Antônio e
Jirau estão com pelo menos um ano de atraso.
Na divisa de Goiás com Minas Gerais, a Usina da Batalha deveria ter ficado pronta em julho do ano passado.
Além da geração, há problemas também na transmissão de energia, feita
por subestações e linhas. São obras estratégicas que ampliam a oferta e
protegem o sistema de apagões. Nas usinas onde a energia é gerada, 64%
das obras estão fora do prazo. O atraso médio é de oito meses e meio.
Nas linhas de transmissão, o índice de atraso chega a 71%. Estão fora do prazo, em média, por mais de um ano.
O pior cenário é o das subestações que ajustam a carga da energia para o
consumo - 74% das obras atrasaram, em média, oito meses.
Em março do ano passado, o Jornal Nacional mostrou que 70% das obras
das linhas de transmissão estavam atrasadas. Em Goiás, subestações e
linhas de transmissão deveriam estar prontas desde 2011, mas até hoje
não foram concluídas.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica, os atrasos mais graves
são os de parques eólicos, movidos a vento, na Bahia, no Rio Grande do Norte e no Ceará. As usinas estão prontas, mas faltam as linhas de transmissão.
Este especialista diz que o atraso expõe o sistema a riscos. “Sem essas
obras, o sistema certamente está aquém do que foi concebido e planejado
que deveria dispor em termos de segurança de transmissão”, afirma.
O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia atribui os
atrasos a demora na emissão de licenças ambientais. E disse que o
sistema elétrico está seguro. “Muitas linhas tiveram dificuldades
iniciais no licenciamento, mas que hoje você tem recuperado e que tem
avançado no sentido de reduzir esses dados no monitoramento. Todas as
medidas que um eventual atraso de uma linha, o eventual atraso de uma
obra são tomadas de forma que você preserve as questões de segurança
elétrica e energética do sistema”, declarou Márcio Zimmermann.
O Ministério do Meio Ambiente e o Ibama foram procurados pela nossa
produção, mas até o meio da noite desta segunda-feira (10) não se
manifestaram sobre as declarações do secretário-executivo do Ministério
de Minas e Energia.
A empresa responsável pela usina hidrelétrica Batalha afirmou que a
obra atrasou também por causa da demora na obtenção das licenças
ambientais. As empresas responsáveis pelas obras das usinas de Santo
Antônio e Jirau preferiram não se manifestar.
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