segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Obras estratégicas para o sistema energético do país estão atrasadas

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica, os atrasos mais graves são os de parques eólicos, movidos a vento, na Bahia, no Rio Grande do Norte e no Ceará.

Parque eólico em Bodó, sem previsão para a geração de energia

Um relatório do comitê que monitora o setor elétrico brasileiro mostra que obras de infraestrutura para evitar a sobrecarga do sistema - e eventuais apagões - estão atrasadas. 
A imensidão do Rio Madeira, em Rondônia, guarda um enorme potencial de energia. A água serve de combustível para gerar até 7 mil megawatts. Mas as obras das usinas de Santo Antônio e Jirau estão com pelo menos um ano de atraso.
Na divisa de Goiás com Minas Gerais, a Usina da Batalha deveria ter ficado pronta em julho do ano passado.
Além da geração, há problemas também na transmissão de energia, feita por subestações e linhas. São obras estratégicas que ampliam a oferta e protegem o sistema de apagões. Nas usinas onde a energia é gerada, 64% das obras estão fora do prazo. O atraso médio é de oito meses e meio.
Nas linhas de transmissão, o índice de atraso chega a 71%. Estão fora do prazo, em média, por mais de um ano.

O pior cenário é o das subestações que ajustam a carga da energia para o consumo - 74% das obras atrasaram, em média, oito meses.
Em março do ano passado, o Jornal Nacional mostrou que 70% das obras das linhas de transmissão estavam atrasadas. Em Goiás, subestações e linhas de transmissão deveriam estar prontas desde 2011, mas até hoje não foram concluídas.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica, os atrasos mais graves são os de parques eólicos, movidos a vento, na Bahia, no Rio Grande do Norte e no Ceará. As usinas estão prontas, mas faltam as linhas de transmissão.
Este especialista diz que o atraso expõe o sistema a riscos. “Sem essas obras, o sistema certamente está aquém do que foi concebido e planejado que deveria dispor em termos de segurança de transmissão”, afirma.
O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia atribui os atrasos a demora na emissão de licenças ambientais. E disse que o sistema elétrico está seguro. “Muitas linhas tiveram dificuldades iniciais no licenciamento, mas que hoje você tem recuperado e que tem avançado no sentido de reduzir esses dados no monitoramento. Todas as medidas que um eventual atraso de uma linha, o eventual atraso de uma obra são tomadas de forma que você preserve as questões de segurança elétrica e energética do sistema”, declarou Márcio Zimmermann.
O Ministério do Meio Ambiente e o Ibama foram procurados pela nossa produção, mas até o meio da noite desta segunda-feira (10) não se manifestaram sobre as declarações do secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia.
A empresa responsável pela usina hidrelétrica Batalha afirmou que a obra atrasou também por causa da demora na obtenção das licenças ambientais. As empresas responsáveis pelas obras das usinas de Santo Antônio e Jirau preferiram não se manifestar.

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