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Enquanto partes do Nordeste sofrem com quedas constantes no
fornecimento de luz, instalações que poderiam gerar energia limpa
estão paradas no Rio Grande de Norte. Investimento e trabalho jogados ao
vento. João Câmara e Parazinho, no interior do estado nordestino, receberam 16
parques eólicos em janeiro, um sinal de novos tempos. Em um estado que vive a
pior seca dos últimos 50 anos, não ficar tão dependente das hidrelétricas seria
um alívio. Todas essas torres têm capacidade para gerar 460 megawatts por hora
de energia limpa, o suficiente para atender uma cidade como Recife. “Você tem
uma situação de ventos no Rio Grande do Norte que é ideal para a instalação de
energia eólica e que, segundo os especialistas, é até melhor do que na Europa, por
exemplo,”, analisa o geógrafo Sérgio Malta. Em uma subestação de uma das
empresas, bastaria apertar um botão lá dentro para gerar energia o suficiente
para abastecer uma cidade com até 500 mil habitantes. O problema é que essa
geração ainda não tem como sair de onde estão. Faltam linhas de transmissão
para levar a energia até o sistema interligado nacional. A rede de transmissão
que deveria ter sido construída em janeiro deste ano e, agora, só deve ficar
pronta em 2015. Só que as obras nem começaram e a Companhia Hidrelétrica do São
Francisco, responsável pelas linhas, nem quis comentar.
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