O presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN),
receberá na tarde desta quarta-feira, 6 de novembro, o texto da Reforma
Política a ser votado pela Casa. Entre as propostas do Grupo de Trabalho
designado para apresentar um projeto, está o fim da reeleição para presidente
da República, governadores e prefeitos.
O voto facultativo e a
coincidência das eleições municipais com as estaduais e federal também constam
no texto do grupo. Em relação ao tempo de mandato, o texto sugere mantê-lo em
quatro anos. Liderados pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), os integrantes
do grupo trabalharam no tema por quatro meses e finalizaram a proposta nesta
terça-feira, dia 5.
As ideias foram consolidadas em
uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que precisa de 171 assinaturas de
parlamentares para ser apresentada à Mesa Diretora da Câmara. Mas, após passar
pela análise do Congresso Nacional, essas ideias devem ser submetidas ao aval
da população por meio de um referendo.
Cândido Vaccarezza classifica a
reforma como “mudanças bastantes profundas”. Ele destaca que, se essas
alterações na política forem aprovadas, o País poderá economizar até 80% dos
gastos de campanha.
Outras mudanças da reforma
Além do fim da reeleição, extinção do voto obrigatório e coincidência das
eleições, outras mudanças na atual política também foram apresentadas. Confira:
● Fim das coligações eleitorais
- aqueles que se coligarem para a disputa de eleições proporcionais integrarão,
até o fim da legislatura, o mesmo bloco parlamentar na casa legislativa para a
qual elegeram representantes.
● Perda do mandato dos que se
desfilarem voluntariamente do partido pelo qual foram eleitos.
● Teto de despesa para a
campanha eleitoral definido em lei pelo Congresso Nacional - cada partido poderá
optar pelo modo de financiamento: privado, misto ou exclusivamente público.
● Valor máximo fixado em lei
para as doações de pessoas físicas e jurídicas - os partidos e candidatos
somente poderão arrecadar recursos após a definição desses limites.
● Exigências para a criação de
partidos - redução do mínimo de assinaturas exigidas para se criar uma legenda
de 0,5% para 0,25% do total de eleitores (em vez de 493 mil, seriam 245 mil
eleitores).
● Partidos poderão ser criados
com o apoio de 5% dos deputados (ou 26 parlamentares) sem a necessidade de
apoio popular.
● Acesso a tempo de rádio e TV
e fundo partidário, além de lideranças, funcionários e espaço físico na Câmara
e no Senado – somente para partidos que obtiverem pelo menos 5% do total de
votos válidos no País, distribuídos em pelo menos nove Estados, com um mínimo
de 3% dos votos válidos em cada um deles.
● Desempenho para candidatos -
torna indispensável uma votação mínima (10% do quociente eleitoral) para que
qualquer candidato seja eleito.
● Forma de eleição para os
deputados - institui a criação de circunscrições eleitorais. Os candidatos
deverão concorrer em pequenas regiões dentro dos Estados, definidas pelo
Tribunal Superior Eleitoral. Pela proposta, seriam criadas de quatro a sete
circunscrições em cada Estado.
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