Bastante emocionada, a viúva do
ex-presidente João Goulart, Maria Thereza Goulart, acompanhou a chegada dos
restos mortais de Jango a Brasília, nesta quinta-feira,14. "É um resgate
da memória do meu marido", desabafou, logo após a cerimônia oficial de
recepção dos restos mortais, na Base Aérea de Brasília.
Os restos mortais serão analisados para apurar se o
ex-presidente morreu de causas naturais ou vítima de envenenamento. Jango foi
exumado nesta quarta, em São Borja, interior gaúcho. Ele morreu na Argentina em
6 de dezembro de 1976. Quando faleceu, ele vivia em Mercedes, província de
Corrientes, vizinha do Rio Grande do Sul.
Segundo Maria Thereza, o processo
"demorou um pouco". "Mas nunca é tarde", advertiu.
Questionada sobre os motivos que levaram a não realização de um exame detalhado
do corpo de Jango na época de sua morte, a viúva explicou que "a gente
estava muito longe, não teve esse momento de fazer uma autópsia. Acho que até
poderiam ter feito, mas ninguém fez e ninguém foi capaz de fazer".
Questionada sobre qual expectativa
tem sobre o processo, Maria Thereza respondeu: "Vai para fora do Brasil,
os peritos é que sabem". É certo, porém, que há uma equipe de técnicos do
País e de outros países, principalmente do Cone Sul, dedicados ao trabalho.
Conforme informou a Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República, os exames toxicológicos, que vai
analisar se houve envenenamento, serão feitos no exterior. Os laboratórios que
receberão as amostras, contudo, são mantidos em sigilo para não comprometer as
análises, já que cada laboratório receberá as mesmas amostras.
Maria Thereza não descartou, nesta
quinta, que a Jango tenha morrido por causas naturais. "Essa hipótese
também é viável, todas são consideradas. De qualquer maneira, é
importante", disse a viúva. Ela destacou, porém, que a decisão de realizar
neste momento a análise representa "coragem e de reconhecimento pelo
presidente que ele foi".
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