Foi antes de
se aposentar, e lá se vão 30 anos, que Paulo Menezes começou a cultivar a
abelha jandaíra, em Mossoró, no Rio Grande do Norte. Hoje ele tem ao menos 500
colônias dispostas entre seu quintal e uma propriedade rural. "Ganhei o
primeiro enxame do monsenhor Huberto Bruening, que foi uma figura histórica
aqui em Mossoró e, desde então, crio essas abelhas por amor", diz.
Em Florianópolis,
Santa Catarina, a mais de 3 mil quilômetros de distância, é o mesmo sentimento
que motiva o que o agrônomo Pedro Faria Gonçalves define como "uma escolha
de vida".
Ele se
dedica ao manejo de seis espécies de abelhas nativas brasileiras. "Faço porque
me satisfaz como pessoa", diz o produtor, que acredita que a viabilização
econômica da sua atividade é uma consequência natural da sua dedicação.
Ambos vendem
o mel por encomenda (que pode ser feita pelo telefone ou internet) e entregam
em todo o Brasil.
Mel Menezes
Abelha:
jandaíra (265g, R$ 18)
Mossoró, RN,
(84) 3312-1312.
www.melmenezes.com.br
Sítio Flor
de Ouro
Abelhas:
bugia (uruçu amarela), guaraipo, manduri, mandaçaia, tubuna e jataí (70g, R$
10, e 350g, R$ 40). Florianópolis, SC.
www.flordeouro.com
Cia. da
Abelha
Abelhas:
uruçu nordestina (1 kg, R$ 180) e jataí (150g, R$ 40). Goiânia, GO, (62)
3282-2232 e (62) 8102-0918.
www.ciadaabelha.com.br
Foi lançada
este mês, em Kiev, na Ucrânia, uma campanha mundial para conscientizar a população
a respeito da ameaça às abelhas - e também para esclarecer quais as
consequências do sumiço dessas polinizadoras para humanidade.
Capitaneada
pelo brasileiro Lionel Segui Gonçalves, fundador do Centro Tecnológico de
Apicultura e Meliponicultura (Cetapis), em Mossoró, a campanha Bee or not to be
foi apresentada no maior congresso de apicultura do mundo, o Apimondia. (O nome
faz um trocadilho em inglês entre o verbo ser, to be, e abelha, bee).
O evento
reuniu mais de cem países e o Brasil foi representado por cerca de 100
apicultores. No lançamento da campanha, instituições brasileiras e do exterior
declararam apoio à iniciativa. Entre os nomes, estão a Confederação Brasileira
de Apicultura (CBA), Associação Brasileira de Exportadores de Mel (Abemel), Federação
Iberolatinoamericana de Apicultura (Filapi) e a FAO (Organização das Nações
Unidas para Alimentação e Agricultura).
Segundo
Lionel, que estuda o CCD (colony collapse disorder) há mais de quatro anos, a
campanha tem como objetivo dar visibilidade ao problema. Para ele, é preciso
incentivar o desenvolvimento do controle biológico de pragas, dispensando,
assim, o uso de pesticidas tóxicos, que estão entre os principais suspeitos de
causar a síndrome.
"Ignorar
as abelhas é ir contra os princípios da sustentabilidade, e pagaremos um preço
alto no futuro por subestimar a evolução desse problema" diz.
Nenhum comentário :
Postar um comentário