sábado, 11 de fevereiro de 2012

Na festa de 32 anos do PT, entra Kassab e sai Marta

"... e você acha que o Kassab pode aparecer nesta festa de aniversário do PT"?, interrompeu-me o colega Heródoto Barbeiro, com seu habitual bom humor de monge que já viu de tudo na vida, ao final do meu comentário de quinta-feira no Jornal da Record News.
Como nunca sei se ele está falando sério ou brincando, respondi que sim, isto poderia acontecer, porque hoje em dia tudo é possível na nossa política. E não é que aconteceu?  Até outro dia principal adversário do PT na política paulistana, o prefeito Gilberto Kassab não só compareceu, como foi recebido com festas, vivas e abraços pelos dirigentes reunidos na grande mesa montada no palco da celebração.
Em compensação, tomou uma tremenda vaia da platéia de militantes, que o recebeu aos gritos de "fora Kassab!", mas permeneceu até  o final da festa ao lado da presidente Dilma Rousseff e de vários ministros, e ainda foi embora no mesmo carro junto com o candidato petista Fernando Haddad, que não quis se manifestar sobre o noivado do PT com o PSD e a bronca da ex-prefeita Marta Suplicy, que nem foi à festa.
Seria uma cena inimaginável quatro anos atrás, quando Marta perdeu a eleição municipal após uma feroz disputa com Kassab, o candidato da aliança demotucana patrocinada por José Serra.
Na véspera, Marta já tinha desabafado que a aliança com Kassab seria para ela um pesadelo e se limitou a mandar uma carta para o partido, na qual lembrou que "é fundamental continuarmos avançando nas conquistas sociais, sem abrir mão de nossos princípios".
O que aconteceu em Brasília na noite de sexta-feira é uma amostra do que aguarda a campanha de Fernando Haddad em São Paulo: apoio da cúpula à parceria com Gilberto Kassab, que teria o direito de indicar o vice da chapa, mas uma tremenda hostilidade das chamadas bases do partido, inconformadas com esta guinada dos dirigentes petistas.
 
Fonte; Balaio do Kotscho

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