Fêmea de babuíno da Etiópia aborta filhotes para evitar violência
Chegada de um novo macho ao grupo faz com que até 80% das fêmeas interrompam a gravidez
Grupo de babuínos gelada, com três fêmeas e seus filhotes na frente e o macho mais ao fundo
A chegada de um novo macho em um grupo de babuínos gelada (Theropithecus gelada) faz com que as fêmeas grávidas abortem, segundo estudo publicado nesta quinta-feira (23) no periódico científico Science.
Os geladas vivem em grupos com várias fêmeas e apenas um macho dominante e geralmente o novo “chefe” do grupo mata os filhotes concebidos pelo seu predecessor ao tomar o poder – e também aqueles que ainda estão sendo concebidos ao nascer.
O estudo, conduzido por Jacinta Beehner, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, e colegas demonstra pela primeira vez o chamado ‘efeito Bruce’ em uma população em seu habitat natural. Descrito pela primeira vez em 1959 pela bióloga Hilda Bruce, o “efeito” constata o fato de que fêmeas grávidas de certas espécies terminam sua gravidez após serem expostas a novos machos. “Primeiro descobriu-se que isto era verdade para camundongos e depois para diversas espécies de roedores, porém estes dados foram sempre colhidos em laboratório. E embora ele fosse uma descoberta consistente em experiências, não havia dados conclusivos em populações selvagens. A falta de dados levou alguns pesquisadores a sugerir que o efeito Bruce não era mais que um fenômeno de laboratório”, afirmou Jacinta ao iG.
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