Uma obra ilegal seria a mais provável causa do desabamento que levou ao chão três prédios no centro histórico do Rio de Janeiro, na última quarta-feira (25). Entre mortos e feridos, fica a triste lembrança de mais um desastre que se origina em irregularidades e falta de fiscalização. Desastres como este, infelizmente, estão deixando a categoria da exceção. Em outubro do ano passado, a explosão no restaurante Filé Carioca, também no Centro do Rio, deixou três mortos e 17 feridos; em agosto, um acidente em um parque de diversões em Vargem Grande, em que um dos brinquedos se desprendeu e atingiu o público, fez dois mortos e vários feridos. No fim do ano passado, mais um susto: um pedalinho em mau estado de conservação afundou na Lagoa Rodrigo de Freitas, deixando em pânico o casal que o usava. Tudo isso deixa evidente uma grave constatação: a fiscalização, que deveria impedir práticas irregulares, não vem cumprindo sua missão, deixando a população exposta a riscos.
O presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-RJ), Agostinho Guerreiro, observa que este não é um problema específico do Rio, mas do país como um todo.
“Não temos um sistema de fiscalização moderno. Lamentavelmente, há mais de 50 anos, a fiscalização vem sempre ligada a problemas de corrupção. Isto está melhorando aos poucos. Tem alguns setores em que a fiscalização é mais séria, onde se usa equipamentos digitais, exigindo que a parte fiscalizada se movimente, apresente algum tipo de declaração. Mas é uma cultura que está mudando muito lentamente”, critica Guerreiro.
Fonte: Jornal do Brasil
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