Uma tecnologia inédita de radiocirurgia corpórea adoptada pelo Instituto do Câncer de São Paulo, no Brasil, permite realizar terapias mais curtas e eficazes para casos em que, por condições clínicas, os pacientes não possam ser submetidos à cirurgia convencional. O Icesp é o primeiro hospital público do Brasil a adoptar o novo procedimento, avança o portal ISaúde.
O tratamento é indicado para tumores primários ou metástases no pulmão e na coluna vertebral, desde que isolados e com até cinco centímetros de diâmetro. A nova tecnologia visa concentrar uma grande dose de radiação em focos bastante específicos, provocando a morte das células cancerígenas através da quebra do ADN, com risco mínimo de danos aos tecidos sadios.
O equipamento possibilita que, mesmo havendo uma pequena movimentação do tumor, provocada pela respiração, somente a área programada seja atingida. Isso porque o aparelho ajusta os disparos quando o tecido saudável fica à frente do dispositivo emissor da radiação. O procedimento dura, em média, uma hora e permite ao paciente voltar à rotina diária imediatamente.
Antes de dar início ao tratamento, uma imagem do tumor gerada pelo próprio aparelho é feita para que a equipa de médicos e físicos possa posicionar o alvo que será submetido à radiocirurgia.
Justamente por essa precisão, a técnica promove maior protecção dos tecidos vizinhos contra a radiação quando comparada ao tratamento de radioterapia convencional. Por isso, embora recebam uma dose elevada de radiação, os pacientes apresentam uma tolerância muito maior à nova técnica.
O período de tratamento também é mais curto. São necessárias de uma a cinco aplicações, número que pode saltar para 30 no caso da radioterapia comum. De acordo com o director Geral do Icesp, Paulo Hoff, "mesmo sendo indicada para um perfil específico de pacientes, a técnica tem revolucionado a vida de muitas pessoas, que passaram a ter acesso a um tratamento de ponta e com mais qualidade de vida".
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